JOÃO GUIMARÃES ROSA
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Poetas heteronímicos e anagramáticos
Ermelinda Maria Araújo Ferreira
Via Atlântica, n. 32, 2017
p. 149-175
Este ensaio propõe uma aproximação preliminar e pouco comum das poéticas de Fernando Pessoa e Guimarães Rosa, a partir da análise de sua produção nos textos das “Ficções do Interlúdio”, do português, e das “Coisas de Poesia”, do brasileiro, considerando questões como o espaço literário, a desleitura da tradição canônica e a despersonalização do artista moderno.
Palavras-chave do autor:
Desleitura
|
Heteronímia pessoana
|
Poetas anagramáticos de Guimarães Rosa
|
Tradição literária
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A metaficção na poética de Rosa e Pessoa e o artifício das máscaras anagramáticas e heteronímicas
Francisca Marta Magalhães de Brito
Revista da Anpoll, v. 1, n. 36, 2014
p. 72-84
A ficção literária cria um campo de encenação, onde todos os elementos se condicionam ao jogo do como se. As representações do real são transpostas para um plano de fingimento e a realidade do mundo vivencial é desmanchada, pelo que se omite e pelo se explicita, no texto literário. Do ponto de vista da teoria ficcional, as máscaras não conseguem realizar o ocultamento pleno. Como tais, devem indicar o fingimento. O estudo comparativo dos dois ícones da literatura intercontinental se baseia na teoria do efeito estético de Wolfgang Iser, com ênfase nos atos de fingir e em seus efeitos no receptor, para além da simples projeção ou da identificação com a realidade.
Palavras-chave do autor:
ficcional
|
Fingimento
|
Metaficção
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Aspectos metaficcionais na poética de Rosa e Pessoa: o artifício das máscaras heteronímicas e anagramáticas
Francisca Marta Magalhães de Brito
Letras de Hoje, v. 47, n. 4, out. 2012 a dez. 2012
p. 425-429
A ficção literária cria um campo de encenação, onde todos os elementos se condicionam ao jogo do como se. As representações do real são transpostas para um plano de fingimento e a realidade do mundo vivencial é desmanchada pelo que se omite e pelo se explicita no texto literário. Expressam-se no texto presença e ausência, sem que um plano se sobreponha ao outro. Guimarães Rosa cria poetas anagramáticos, em cujos nomes estão presentes as marcas de sua criação. Do ponto de vista da teoria ficcional, as máscaras não conseguem realizar o ocultamento pleno. Como tais, devem indicar o fingimento, o disfarce. A heteronímia, em Fernando Pessoa, não se dissocia da intenção autoral, embora não existam meios de se comprovar que todas as suas personalidades poéticas constituam um único Eu. Os heterônimos são distintos entre si e também diferem do que assina como Pessoa-ortônimo. Esse fato intrigante tem suscitado, em estudiosos, o desejo de decifrar os enigmas da heteronímia. Este estudo comparativo dos dois ícones da literatura intercontinental se baseia na teoria do efeito estético de Wolfgang Iser, com ênfase nos atos de fingir e seus efeitos no receptor, para além da simples projeção ou da identificação com a realidade. A metaficção, compreendida como autoconsciência, será o elemento comum aos dois poetas, que propiciará a análise dos jogos de enigmas, tendo em vista a criação de personalidades poéticas, em suas obras.
Palavras-chave do autor:
literatura brasileira - história e crítica
|
ROSA, GUIMARÃES - CRÍTICA E INTERPRETAÇÃO
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Pessoa na terceira margem do Rosa
Sérgio Murilo Rodrigues
Cadernos CESPUC de Pesquisa, n. 28, 2016
p. 233-241
A interpretação canônica do conto “A terceira margem do rio”, de Guimarães Rosa, nos fala da existência humana diante da morte. O pai morre (a canoa é o caixão) e vai para a dimensão transcendente ― a terceira margem do rio. O filho permanece fiel à memória do pai, recusandose a esquecê-lo e, portanto, recusando-se a aceitar a morte do pai e a sua própria morte. Gostaria de propor uma interpretação diferente fazendo uma análise intertextual com o poema de Fernando Pessoa, “Navegar é preciso; viver não é preciso”. Fernando Pessoa recebeu influência do existencialismo de Heidegger e de Sartre. Nesta interpretação, o conto de Guimarães Rosa é uma metáfora da condição humana. A terceira margem é simultaneamente o não-lugar da loucura e dos projetos de vida. O não-lugar não se confunde com nenhum lugar, pois ele indica um lugar que ainda não existe concretamente, mas que existe enquanto significador das ações existenciais. Eu estou direcionado para este lugar. Assim, o pai insiste em fixar o seu projeto individual (a canoa) em um rio que não para de correr (a finitude da vida; o transcorrer da temporalidade). Esta é a característica marcante da existência humana: a tentativa de enraizamento no fluxo contínuo do tempo vivido. Permanecer na mudança; fixar o transitório; banharse duas vezes no mesmo rio (segundo Heráclito, isso seria impossível, pois o rio já não é o mesmo, assim como você mesmo). Segundo Pessoa, viver não é necessário; o que é necessário é criar. Diante de uma existência humana sem nenhum sentido a priori, só nos resta criarmos, nós mesmos, um sentido para ela, através de um projeto de vida, mesmo que esse projeto seja ficar navegando no mesmo lugar de um rio.
Palavras-chave do autor:
existência
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Fernando Pessoa
|
filosofia
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Guimarães Rosa
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Morte
Palavras-chave atribuídas pela pesquisa:
filosofia
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