JOÃO GUIMARÃES ROSA
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Bibliografia sobre João Guimarães Rosa
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Nós, os temulentos
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Uma Ars Poetica Condensada: notas sobre os Prefácios de Tutameia
Eduardo de Faria Coutinho
Signo, v. 42, n. 74, 2017-
p. 31-36
Recatado e introvertido, avesso a expor-se publicamente, raras foram as vezes em que Guimarães Rosa concedeu entrevistas ou falou sobre sua vida e obra, como por exemplo nas famosas entrevistas que lhe fizeram Günter Lorenz e Fernando Camacho, ou nos depoimentos resultantes de conversas fortuitas que com ele tiveram Renard Perez e Emir Rodríguez Monegal. No entanto, em seu último livro publicado em vida – Tutameia – o autor, dividindo-o em quatro partes, fez preceder cada uma delas de um prefácio que, juntos, têm sido frquentemente considerados pela crítica como uma espécie de ars poetica, em que apresenta e discute alguns dos aspectos mais relevantes de sua concepção estética: a oposição entre “estória” e “história” e a noção de coerência interna da obra de arte, a criação de neologismos, a relação entre a obra e o mundo do autor, e os problemas da criação estética. Este livro, cujo título significa, de acordo com o próprio Rosa, “nonada, baga, ninha, inânias, ossos-de-borboleta, quiquiriqui, tuta-e-meia, mexinflório, chorumela, nica, quase-nada; mea omnia”, é uma coleção de contos bastante curtos (a maioria deles de três a quatro páginas), que constituem talvez a sua maior realização em termos de depuração do estilo. Com o intuito de explorar um pouco mais “esse mar de territórios”, na expressão do próprio autor, contido nos prefácios, optamos por revisitá-los neste texto, detendo-nos separadamente em cada um deles.
Palavras-chave do autor:
Ars poetica
|
Guimarães Rosa
|
Tutaméia
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Nietzsche, Guimarães Rosa e a música: algumas notas sobre Tutaméia
Edson Santos de Oliveira
Cadernos CESPUC de Pesquisa, n. 28, 2016-
p. 256-267
Este trabalho tem por objetivo fazer uma leitura de dois contos (Lá nas campinas e Curtamão) e dois prefácios (Aletria e Hemenêutica e Nós, os temulentos), textos de Tutaméia, de Guimarães Rosa. O artigo analisa duas epígrafes de Schopenhauer, que insistem na releitura. Ambas estão em Tutaméia e têm sintonia com a noção de música tanto nesse pensador quanto na obra de Nietzsche. O pensamento nietzschiano, no entanto, apostando na música como arte do irrepresentável, através de aforismas e paradoxos, escapando ao conceitual e à metafísica de Shopenhauer, parece ser mais apropriado para a leitura de Tutaméia, obra construída numa escrita nômade, dionisíaca, numa festa em que há uma predominância do significante sobre o significado.
Palavras-chave do autor:
Guimarães Rosa
|
Irrepresentável
|
música
|
Nietzsche
|
Tutaméia
Palavras-chave atribuídas pela pesquisa:
música
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Tutameia, a trajetória da escrita
Sandra Regina Paro
RENEFARA, v. 11, n. 11, 2017-
p. 116-132
A verificação da constituição do livro como objeto requer estudos sobre a história da composição do livro como tal. Até estruturar-se da maneira como o conhecemos o livro passa por diversas etapas em sua dimenão material, dentre elas: os paratextos, a parte pré textual, organizacional de uma publicação. Conhecer os detalhes dessa estrutura editorial contribui para a organização e a leitura de uma obra. No entanto, há autores que usam da transgressão da norma para buscar o espírito artístico. Os prefácios da obra Tutameia de João Guimarães Rosa suscitam a questão essencial deste trabalho: a transgressão do autor os torna os prefácios da obra textos ou paratextos? A trajetória para a efetiva publicação da obra mostra o quão criterioso o autor foi na sua revisão editorial e quão importante é para o leitor entender esse processo.
Palavras-chave do autor:
edição
|
paratextos
|
Texto
|
Tutaméia
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O gênero como proposta de leitura para os prefácios de Tutaméia
Juliana da Silva Passos
Contexto, n. 20, 2011-
p. 381-405
O presente trabalho constitui uma investigação dos quatro prefácios de Tutaméia: Aletria e hermenêutica, Hipotrélico, Nós, os temulentos e Sobre a escova e a dúvida. Os textos que aparecem no primeiro índice e no corpo do texto mesclados às outras estórias, em um segundo índice, são separados sob a indicação de prefácios. Sob disfarces de ficção, os prefácios teorizam e ilustram o fazer literário. Buscar a reflexão teórica diluída ao longo dos prefácios institui-se como o objetivo da investigação aqui proposta.
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Os neologismos como ação ilocucionária do sujeito enunciador em um texto literário
Maria Aparecida Lino Pauliukonis
Revista de Letras UFC, v. 1, n. 30, 2010-
p. 143-148
Este trabalho analisa os neologismos presentes noconto Nós, os temulentos, (Tutameia, Guimarães Rosa,1968), a partir dos conceitos de Sistema, Norma e Uso,propostos por Eugenio Coseriu, em face da dicotomiaLangue e Parole de Ferdinand de Saussure . Tendo emvista uma concepção de texto como um ato de linguagem,as criações neológicas do texto, fonte para o enriquecimentodo léxico português, testemunham uma atividadeilocucionária consciente do sujeito enunciador,o qualexplora as potencialidades da Língua, a partir das virtualidadesdo Sistema.Palavras-chave: Neologismos; enunciação; atos de fala.
Palavras-chave do autor:
atos de fala
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Enunciação
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Neologismos
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6/7
"Nós, os temulentos" e a filosofia do álcool
João Batista Santiago Sobrinho
Cadernos CESPUC de Pesquisa, n. 28, 2016-
p. 242-255
Pretendemos com este texto relacionar a escritura rosiana à filosofia do álcool, conforme proposta no livro O último copo: álcool, filosofia, literatura (2013), de Daniel Lins, que, por sua vez, inspira-se na vida e no texto do filósofo francês Gilles Deleuze, um ex-amante do álcool, tanto em suas possibilidades libertárias quanto estéticas. Abordaremos a escritura e a vida de João Guimarães Rosa tomando como referência o terceiro prefácio do livro Tutaméia, “Nós, os temulentos”, que quer dizer “Nós, os bêbados”, no sentido de rastrear uma presença do álcool e de suas possibilidades filosóficas e estéticas no texto rosiano. Tais aspectos já haviam sido, de certa forma, desenvolvidos anteriormente tendo como referência a filosofia trágico-embriagada do poeta filósofo Nietzsche no livro Mundanos fabulistas: Guimarães Rosa e Nietzsche (2011).
Palavras-chave do autor:
Álcool
|
escritura
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filosofia
|
literatura
|
Símbolo
Palavras-chave atribuídas pela pesquisa:
embriaguez
|
filosofia
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Tutameia
: a linguagem e a estrutura da obra em sintonia com a (i)lógica da vida
Ana Maria Rocha Soares
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Márcio Roberto Soares Dias
Fólio : Revista de Letras, v. 11, n. 1, 2019-
p. 749-773
O presente artigo traz em seu bojo o papel inusitado que Guimarães Rosa confere aos prefácios quando da construção e estruturação da obra Tutameia. Discute-se como a(s) temática(s) e estruturação da referida obra já se revelam pela organicidade dos prefácios: os motivos já se delineiam em quatro narrativas que funcionam, a um só tempo, como prefácios e como histórias que complementam o repertório dos quarenta contos que compõem a obra. Vislumbra-se, desse modo, como tais prefácios conseguem amalgamar reflexões, pistas de leitura e escrita, metalinguagem, histórias e estórias, conservando, simultaneamente, a integridade (dos prefácios e demais narrativas) e a garantida dos elementos constitutivos do todo de obra que é Tutameia. Jogo performativo esse com que o prosador nos dá uma amostra de obra que não só questiona o próprio fazer literário, como também reflete e nos apresenta amostra(s) de vida, que – assim como a obra – apresenta seus inesgotáveis motivos que merecem (e devem) ser lidos.
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