JOÃO GUIMARÃES ROSA
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Diálogo dos espelhos: a perda do reflexo em Guimarães Rosa, Machado de Assis e e.T.A. Hoffmann
Alan Ferreira Costa
14. Encontro ABRALIC
2014
O que procuramos quando estamos diante do espelho? O faríamos diante de um espelho sem a imagem que esperaríamos encontrar? Na literatura isso é bastante recorrente. Este trabalho se ocupa com três exemplos nos quais não apenas a questão do espelho é discutida, mas a questão da perda do reflexo como questionamento do Ser. Nas obras homônimas “O Espelho”, de Machado de Assis e Guimarães Rosa, além de “O Reflexo Perdido” (Das Verlorene Spiegelbild) (1815), do escritor alemão E.T.A. Hoffmann, observamos a dinâmica dos espelhos enquanto questão. Na verdade, o percurso dos personagens aparecem no reflexo perdido de cada um: na ausência de suas imagens passam a questionar sua existência. É aí que então, cada um deles encara o seu desdobramento de uma maneira diferente, mas todos através do diálogo. Note-se que quando os personagens perdem seus reflexos, o real, que se dá como realização de mundo, sentido e verdade, se perde. E o que vem a ser mundo sentido e verdade? São questões, e como tais, se manifestam enquanto se retraem tornando-se assim necessária a busca, o percurso. O mundo é a realidade se dando como sentido e quando isso é rompido, este se perde. Diante do espelho o homem se vê um monstro ou uma imagem desfigurada, ou não se vê. Essa quebra de seu mundo, que é aquilo que ele tem por verdade, de repente se esvai, e assim se abre a questão do que é mundo, sentido e verdade, e o que é o homem diante de tudo isso.
Palavras-chave:
diálogo
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espelho
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Mundo
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Entre Guimarães Rosa e Nietzsche: as três transformações do espírito
Mauro Lopes Leal
14. Encontro ABRALIC
2014
O conto O espelho, de Guimarães Rosa, narra a história de um homem que, através de sua imagem refletida no espelho, inicia um processo de reconhecimento de si, uma vez que tal reflexo não consegue expressar quem ele é de fato, mas somente apresentar uma imagem que em nada o representa em sua essência. Pode-se depreender, em tal obra, três transformações, a saber: a primeira, na qual o indivíduo se confronta inicialmente com sua imagem refletida no espelho, a qual o perturba. Esse é o que se pode chamar de ponto de partida para todo o processo de reconhecimento de si. A segunda aponta para uma suspensão da visão que o indivíduo tem de si, incluindo fatores genéticos e estéticos. A terceira transformação compreende o início efetivo do nascimento do “eu” do narrador, metaforizado através da imagem da criança. Pretende-se estabelecer uma relação interpretativa entre o referido conto com a filosofia de Friedrich Nietzsche, cuja obra Assim falava Zaratustra, apresenta transformações similares através da figura do camelo, do leão e, por fim, da criança. Buscar-se-á explicitar, dessa forma, relacionando o conto de Guimarães Rosa com a filosofia de Nietzsche, o processo efetivado pelo indivíduo para questionar ideologias estabelecidas, que lhe são impostas no decorrer da vida e ele deve carregá-las, como o camelo, mas que, diante de um processo questionador, possa desfazer tais concepções, destroçando-as, tal qual o leão, para, enfim, descobrir quem de fato é através de um novo “eu”, como a criança, que tudo questiona.
Palavras-chave:
espelho
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Homem
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Transformações
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O mise en abyme no conto "O espelho", de Machado de Assis
Cássia Macieira
10. Seminário de Pesquisa [UNIANDRADE] e 1. Encontro Internacional [UNIANDRADE] e 7. Jornada Intermídia [UNIANDRADE]
2018
Em “O espelho”, de Machado de Assis, há duas narrativas e duas vozes: um narrador onisciente que conta a história de um encontro de amigos, em uma sala; e o outro, o narrador-personagem Jacobina, que faz parte desse encontro e relata um acontecimento do qual participa, de uma teoria – a da duplicidade humana. Relata sua luta para provar a falta de lógica e de sentido do mundo, tema comum nos contos machadianos, nos quais vários personagens extrapolam o limite da normalidade. O conto traz algo de vertiginoso e encantador; o efeito especular – o mise em abyme; anuncia aquilo que nele se concretiza, como se o discurso se projetasse em profundidade, como uma cascata. Tal artifício reflete o espaço representado, encaixando uma micronarrativa em outra ainda maior. Nesse contexto, Machado de Assis confronta os níveis narrativos, ao colocar Jacobina como narrador-voyeur e peça principal da bipolaridade da narrativa. Dá-se aí a techné machadiana, representada, durante todo o jogo do conto, pela narrativa dentro da narrativa, e pela dualidade, que se inicia no momento em que Jacobina dá indícios de que não há uma só alma, mas duas, apresentando a metáfora da laranja, a separação da vida em duas metades.
Palavras-chave:
espelho
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Guimarães Rosa
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Machado de Assis
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Mise en abyme
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