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Guimarães Rosa ingressou na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte (hoje Faculdade de Medicina da UFMG) com 17 anos incompletos. Em 1926, quando cursava o 2º ano, pronunciou, no anfiteatro da Faculdade, diante do ataúde de um estudante vitimado pela febre amarela, as palavras ?As pessoas não morrem, ficam encantadas?, que, ouvidas na ocasião por seus colegas Alysson de Abreu e Ismael de Faria, seriam repetidas, 41 anos depois, quando de sua posse na Academia Brasileira de Letras. Graduou-se em 1930 e, escolhido orador da turma, chamou a atenção dos doutorandos para a necessidade de uma prática médica impregnada de humanismo. Recém-formado, clinicou, durante cerca de um ano e meio, em Itaguara; em abril de 1933, após ter participado, como médico voluntário da Força Pública, da Revolução Constitucionalista, transferiu-se para Barbacena, na condição de Oficial Médico do 9º Batalhão de Infantaria. Em Barbacena, concluiu que deveria abandonar a Medicina, deixando clara sua intenção em carta datada de 20/3/1934, enviada ao amigo Pedro Moreira Barbosa: ?Não nasci para isso, penso. Não é esta, digo como dizia Don Juan, sempre ?après avoir couché avec??. Mas, mesmo abraçando a carreira diplomática ? prestou concurso para o Itamaraty em meados de 1934 ?, abordou, com maestria, em sua obra literária, temas médicos como a malária (?Sarapalha?), a doença mental (?Soroco, sua mãe, sua filha?), o acidente ofídico (?Bicho mau?) e a miopia (?Campo geral?). Como costuma acontecer com os tabagistas inveterados ? máxime se sedentários e de índole emotiva ?, morreu subitamente em 19/11/1967. É verdade que, dez anos antes, em carta endereçada a Paulo Dantas, admitira ter parado de fumar, "desafiando a fome-e-sede tabágica das pobrezinhas das células cerebrais"; não obstante, em 1966, ao receber do governador Israel Pinheiro a Medalha da Inconfidência, segurava um cigarro com a mão esquerda.