Analisaremos neste artigo os contos “Bambo”, de Miguel Torga, e “O Porco e Seu Espírito”, de Guimarães Rosa. Procuramos demonstrar que a narrativa torguiana traz a representação de um animal, um sapo, como portador de conteúdos ignorados pelas personagens humanas da narrativa, sendo detentor de saberes, e, no caso do conto rosiano, explanar que o animal, um suíno, ser situado à margem do homem, pode representar signos que possibilitam uma identificação humana.
O presente trabalho busca examinar como o autor modernista brasileiro João Guimarães Rosa trabalhou a figura do estrangeiro em sua obra, possuindo como corpus de análise dois contos produzidos pelo escritor: “Orientação” e “O Cavalo que Bebia Cerveja”, em que há o desvelar do Outro, em que o revelar da alteridade se faz presente. Kristeva (1991), Todorov (1983) e Simmel (1971) tornam-se relevantes ao artigo, ao observarem o estrangeiro.