João Guimarães Rosa, no cenário nacional e também externo, destacou-se pela primazia em traduzir em palavras o mundo e, indubitavelmente, a representação literária do humano e do sertão, universalizando-os. Nos idos de 1956, surge o Grande Sertão: Veredas, numa tessitura ficcional que evidenciou, em suas estórias e causos pitorescos, a diferença em relação à literatura produzida até ali. Nesse sertão roseano, Diadorim e Riobaldo encerram o mundo, em experiências metafísicas da presença na ausência. A abordagem metodológica desse trabalho utiliza-se da representação social, fictícia e literária e se constatou, nesta investigação, que o sertão roseano, com a caracterização da personagem Diadorim, em representação fluida, acorre e concorre para a possibilidade do empoderamento feminino. Nesse espaço ficcional, a literatura enquanto representação delineia o fluxo contínuo do artístico e cultural, no longo dito e não dito do Grande Sertão: Veredas. Para essa discussão, problematiza-se o sertão roseano e suas imbricações com as relações de gênero, a partir do escopo teórico dos seguintes autores: Antonio Candido (2014), Beth Brait (1985), Erich Auerbach (2013), Terry Eagleton (2006), Walter Benjamim (1994); Jacques Derrida (2004), Michelle Perrot (1995), entre outros.