O trabalho depreende, de parte da fortuna crítica dedicada à obra
do contista Samuel Rawet, as ocorrências de aproximações e tensões críticoliterárias, em nível comparativo, à do escritor João Guimarães Rosa. Como
recorte, elege alguns trabalhos do crítico Assis Brasil, um dos estudiosos mais
influentes de Rawet, para extrair tais ocorrências. Para tanto, discute o conceito
elaborado pelo pesquisador para a “Geração de 1956”, situando esta noção
conceitual no panorama da literatura brasileira. Desta geração, seriam os dois
escritores os representantes máximos na narrativa da nova literatura nacional,
sendo Rosa, no romance; e, Rawet, no conto. Embora, ao leitor mais
desatento, a relação estabelecida entre esses dois nomes pareça insólita, e
tendo em vista o fato de que os mesmos produziram outros gêneros literários,
procuramos demonstrar, com a investigação e análise do material
historiográfico, que, de certo modo, tal relação se configura recorrente no
campo da crítica literária estabelecida pelo pesquisador em questão. Por fim,
conclui que, pelo menos no plano da recepção crítica, Rawet e Rosa,
igualmente, são considerados grandes escritores, responsáveis por polêmicas,
significativas e profícuas transformações na literatura brasileira.