JOÃO GUIMARÃES ROSA
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Macabéa : Revista Eletrônica do Netlli
2021, v. 10, n. 2
Artigos
1/10
O diálogo da natureza e a travessia da palavra em
Grande sertão: veredas
Pedro Vieira de Castro
p. 154-173
Romance mundialmente conhecido de Guimarães Rosa, Grande sertão: veredas se apresenta como um diálogo, uma vez que se inicia com um travessão inicial, porém não dá voz ao suposto receptor. Para quem, então, se está narrando? A partir desse estranhamento nos debruçamos sobre um estudo acerca da palavra diálogo, que tem como prefixo –dia e radical logos, nos levando aos primeiros pensamentos da Grécia Antiga com Heráclito de Éfeso. Os desdobramentos do lógos heraclítico abrem caminho para entender a natureza rosiana, que resgata a sua origem grega physis, bem como a palavra travessia. Esta, por conseguinte, revela múltiplas veredas pelo sertão narrado por um Riobaldo que quer saber da “matéria vertente”. Faz-se, portanto, um jogo de palavra a partir do radical vertere, que dialoga com os principais elementos poéticos de Rosa, bem como decifra o caráter transcorrente de uma estória contada por um narrador que transborda sua existência para o texto narrado, fluidamente, como um rio, semelhante ao de Heráclito, no qual não adentramos duas vezes.
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2/10
Os pródromos do neorregionalismo literário brasileiro a partir de
Grande sertão: veredas
, de Guimarães Rosa
Herasmo Braga de Oliveira Brito
p. 140-153
Não é de hoje que os estudos literários se inquietam com o regionalismo literário e com as produções de Guimarães Rosa. Se em relação ao primeiro temos as mais diferentes concepções favoráveis e também de condenação, na literatura Roseana, apesar do reconhecimento e dos elogios, ainda paira a não compreensão e certa dificuldade em se buscar uma linha interpretativa que se possa assegurar alguma padronização estetizante no âmbito de tendência literária. Sendo assim, o viés de problematização de alguns excertos de ideias no decorrer destas linhas, consiste na tese de Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa, constituir uma das primeiras manifestações de caracterização do Neorregionalismo Literário Brasileiro, tendência forte esta da Literatura Contemporânea consolidada a partir dos anos 60 do século XX e que perpetua até hoje através de autores como Assis Brasil, Raimundo Carrero, Ronaldo Correia de Brito, Francisco Dantas, Maria Valéria Rezende, Milton Hatoum, entre outros.
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3/10
As traduções francesas do conto "A terceira margem do rio", de Guimarães Rosa
André Luiz Moraes Simões
|
Elvis Borges Machado
p. 126-139
Neste artigo pretendemos examinar as duas versões francesas do conto “A terceira margem do rio” (1962 e 1982), de João Guimarães Rosa (1908-1967), separadas por um intervalo de vinte anos de publicação, e verificar em que medida se pode estabelecer uma avaliação das traduções que corresponda à poética rosiana. Esse problema advém das necessidades e obstáculos inerentes à atividade tradutória e também dos múltiplos discursos que a revestem com o emblema de uma prática problemática. Ainda mais, quando tal obra literária, a exemplo do conto “A terceira margem do rio”, submetido à tradução, envolve dificuldades muito além de qualquer tautologia a que a tradução poderia recorrer. Entre tais óbices, rupturas com a sintaxe tradicional e regionalismos que demonstram realidades particularíssimas, entre outras. Para alcançar tal fim, recorrer-se-á aos argumentos de Paulo Rónai (1981, 1987 e 1990) que, não sendo irredutíveis a uma única concepção tradutória, guardam um rico incentivo a leituras e teorias diversas. Portanto, partindo de Paulo Rónai, selecionamos um repertório teórico que, relevante ao projeto rosiano, fosse capaz de explicar as escolhas estilísticas do autor e das tradutoras.
Palavras-chave atribuídas pela pesquisa:
tradução
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4/10
"Cara-de-bronze", um estudo clínico
Danielle Naves de Oliveira
|
Frank Michael Schröder
p. 115-125
A caracterização clínica da personagem Cara-de-Bronze, nomeado “Segisberto Saturnino Jéia Velho, Filho”, é o objetivo deste artigo. Guimarães Rosa, que exerceu a medicina durante dois anos em contexto rural, compôs com minúcia e ardil o quadro de saúde da personagem: empregou passo a passo a técnica da anamnese clínica (compilando não só os sintomas do “paciente”, mas informações referentes a constituição corporal, hábitos e biografia) para, simultaneamente, elaborar na narrativa um outro nível de anamnese, a poética. A presente abordagem apoia-se tanto na fortuna crítica rosiana quanto na literatura médica, com ênfase em estudos sobre a história e o imaginário das patologias que assombraram o início do século 20.
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5/10
O A.B.C. de João Guimarães Rosa
Paulo Fonseca Andrade
p. 93-114
Este trabalho pretende estabelecer uma relação entre a escrita roseana, mais especificamente em Tutaméia: terceiras estórias, e os A.B.C., segundo descritos por Luis Camara Cascudo em Vaqueiros e cantadores. Destes, busca-se extrair uma lógica de linguagem a partir do tratamento que é dado à letra, a fim de se pensar sua instância na obra de Guimarães Rosa, tomado não apenas como um escritor que é um “manipulador linguístico”, mas, sobretudo, como um manipulador da letra. Por fim, lê-se o conto “Se eu seria personagem” a partir de uma operalização da noção de letra aqui proposta.
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6/10
"Não me mate!" o discurso em confronto em
Meu tio, o iauaretê
Caroline Neres de Andrade
p. 80-92
Este artigo tem como objeto de estudo o conto: Meu tio, o Iauaretê, de Guimarães Rosa, publicado na revista Senhor de nº 25, em 1961, posteriormente modificado e republicado na coletânea Estas Estórias, em 1969. A partir do conto, este artigo se propõe a desenvolver uma análise crítico-reflexiva sobre a representação indígena na literatura de Rosa. Para construir essa análise, utilizaremos o embasamento teórico de Haroldo de Campos, Antonio Candido, Achille Mbembe, Frantz Fanon, etc. A partir dos apontamentos teóricos e da interpretação do conto, conduziremos a questão da representação indígena na obra de Guimarães Rosa, em que o corpo indígena é mediado pelas relações sociais como elemento de formação literária brasileira. Esse estudo pretende dar relevância as discussões sobre o extermínio do corpo indígena em contraposição a sobrevivência do discurso como recurso de re-existir historicamente.
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7/10
Eros, saudade e suas complicações no sertão de Rosa
Maria Lucia Guimarães de Faria
p. 54-79
Entre as estórias de Guimarães Rosa há elos surpreendentes que se trançam de modo esquivo. Temas, ideias, tramas, imagens retornam num procedimento de orquestração que esboça uma musicalidade partitural e delineia uma simbólica rosiana. Em seu universo poético, duas linhas de força que se impõem e solidamente se vinculam são o Amor e a Saudade. Num traçado complexo e cheio de dobras (=pli), Eros atravessa o sertão de Rosa, promovendo ligações, separações e reencontros que desafiam a lógica do espaço-tempo. Neste trabalho, detenho-me na interpretação minuciosa de duas estórias de Tutaméia: Arroio-das-Antas e Se eu seria personagem. Entre elas procuro desvelar reveladoras intersecções e a partir delas teço conexões com diversas outras passagens da obra de Rosa.
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8/10
Espiritualidade afro-brasileira em "O recado do morro", de Guimarães Rosa: imaginário e glossário da umbanda
Gustavo de Castro
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Marcelo Marinho
p. 33-53
O presente artigo dedica-se ao estudo do léxico, imaginário e estética da Umbanda em "O recado do Morro" (1956), de João Guimarães Rosa (1908-1967). Com apoio em breve panorama histórico e antropológico, este ensaio busca identificar imagens, imaginários, termos e expressões que, nesse conto, apontam indicial e ludicamente para as relações poéticas e ontológicas de Guimarães Rosa com a cultura e as práticas da espiritualidade afro-brasileira. Para tanto, utilizamos as ferramentas teóricas da hermenêutica, da filologia, da estilística e dos estudos do imaginário. O vocabulário empregado por Rosa, nesse conto, converge com aquele que define práticas e características da Umbanda, como se demonstra no glossário circunstanciado e comentado. Nossa conclusão é voluntariamente aberta e aponta para a necessidade de ampliação das pesquisas no entrecampo da cultura afro-ameríndia e da literatura rosiana.
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9/10
A política literária de Guimarães Rosa
Roberta da Costa de Sousa
p. 20-32
Perceber a concepção de literatura e do papel do escritor para Guimarães Rosa, por meio das correspondências ao tio Vicente Guimarães e ao tradutor da obra de Rosa para o alemão, Curt Meyer-Clason. Avesso a questões partidárias, o engajamento de Guimarães Rosa na questão política inerente à literatura torna-se evidente nessas correspondências, com a defesa do dever do artista e da fuga do óbvio.
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10/10
"As garças", de Guimarães Rosa: a ficcionalização da animalidade e sua reflexão crítica
Fabrício Lemos Costa
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Sílvio Augusto de Oliveira Holanda
p. 1-19
Este artigo apresenta o objetivo de refletir sobre o lugar do animal na ficção de Guimarães Rosa (1908-1967). Para isto, desenvolveremos uma análise de “As Garças”, último texto do seu livro póstumo, intitulado Ave, Palavra (1970), organizado por Paulo Rónai. Em nossa abordagem, temos a intenção de interpretar criticamente a relação homem/animal, evidenciando-a como questão que corrobora uma ficção atual no que tange às discussões sobre todos os viventes. Trata-se, neste sentido, de uma literatura que realiza um diálogo permanente com a animalidade, o qual chamaremos, aqui, de zooliteratura. Em nosso trabalho, destacamos os estudos de Lucas (1972), Cunha (2013), Souza (2011), Maciel (2011) e Giorgi (2016).
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