JOÃO GUIMARÃES ROSA
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Nau Literária
jul. 2013 a dez. 2013, v. 9, n. 2
Artigos
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A presença indígena na obra Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa
Liana Depieri Amorim
p. 1-13
Guimarães Rosa e sua obra já fazem parte do cânone literário brasileiro, inclusive por sua inovação linguística. A crítica literária considera o autor, e consequentemente sua produção literária, como integrante dos romances ditos regionalistas, justamente pela temática voltada para o interior do país. Contudo, sabemos que o termo "regionalismo" serve para diminuir o valor literário de obras que não fazem parte do "centro" do Brasil, dominado pela elite literária carioca e paulista. Por esse motivo, Grande Sertão: Veredas será retratada a partir de outro enfoque, resgatando novos elementos que a compõem e a tornam um cânone literário, sem o rótulo de “regionalista”. Serão utilizadas a teoria do Perspectivismo Ameríndio, do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, que nos ajudará a entender um pouco sobre a cultura indígena, iluminando o modo de pensar não ocidental; o conceito de performance de Paul Zumthor, visto que Riobaldo se distingue de outros narradores tradicionais do gênero; outras fontes como a biografia de Guimarães Rosa e, ainda, alguns textos publicados pelo autor servirão de base para a proposta aqui presente.
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A voz indígena em "Meu tio o iauaretê", de Guimarães Rosa
Erich Soares Nogueira
O artigo propõe uma leitura do conto “Meu tio o Iauaretê”, de Guimarães Rosa, a partir da questão da voz e de aspectos da cultura indígena: o recorrente uso de termos do tupiguarani e o aproveitamento de uma das mais conhecidas lendas amazônicas, a lenda da Iara, sereia dos rios cuja voz, canto e beleza atraem um jovem índio em direção à morte. O conto é narrado por um onceiro que, conforme fala, sofre uma metamorfose em onça. Com isso, a narrativa se elabora nas fronteiras entre humanidade e animalidade, entre palavra vocalizada e ruído animal sem sentido, bem como entre o português e o tupi-guarani.
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