JOÃO GUIMARÃES ROSA
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Anais do SILEL
2013, v. 3, n. 1
Artigos
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Etnografando o sertão-mundo de João Guimarães Rosa (Antropologia e Literatura em Grande sertão: veredas)
Maria Dione Carvalho de MORAES
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Patrícia Carvalho OLIVA
p. 1-18
O ponto de partida é o discurso literário como objeto de interesse antropológico e tomado não como imitação mas como metáforas da vida. Este discurso é aqui considerado como tendo uma estética própria, e cuja textualidade, na perspectiva da crítica pós-moderna à ciência, não é estranha ao texto etnográfico. Neste artigo, objetivamos pensar sobre convergências entre literatura e antropologia, em especial, na obra “Grande sertão: veredas”, de João Guimarães Rosa, buscando delinear dimensões de um encontro/confronto de instrumentos e possibilidades de novas ferramentas de conhecimento. Neste sentido, tomamos a escrita rosiana como posicionamento intelectual literário mas também, à moda etnográfica, como um modo de interpretar e narrar processos, atores, ambientes, de um sertão-mundo, ao mesmo tempo, como representações e para além delas. A hipótese central, em si mesma, expressão da abordagem teórico-metodológica, é que os caminhos rosianos percorridos nesta construção literária abrem-se a articulações com perspectivas e aspirações da pesquisa antropológica. Em especial, de uma antropologia do imaginário, com foco na memória e em narrativas orais, com centralidade no narrador e nos cambiantes sentidos agenciados, atravessados por múltiplas “veredas”. Como resultado, em linhas gerais, podemos dizer que a obra rosiana e a antropologia apresentam instrumental analítico, retórico, e metodológico, como ferramentas heurísticas articuláveis e convergentes no trabalho de apreensão do imaginário social de sertão.
Palavras-chave do autor:
ANTROPOLOGIA
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Guimarães Rosa
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imaginário
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literatura
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Sertão
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Um passeio pela bibliografia rosiana em busca da temática bestiário em
Ave, palavra
Betina Ribeiro Rodrigues da Cunha
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Ivani Maria Pereira
O objetivo desta comunicação é elucidar elementos composicionais de textos selecionados da obra do escritor João Guimarães Rosa em que a temática bestiário, principalmente, inserida em um contexto moderno pode ser discutida. Para isto, primeiramente, para orientar essa discussão, trataremos de privilegiar uma ótica que almeja pensar a presença dos animais na trajetória literária rosiana. Na sequência, apresentar e culminar em sua última obra, Ave, palavra, cujos textos trabalham com a temática sobre os animais de forma intensa. Mais do que isso, ampliar nosso olhar para relação existente entre Homem e animal em uma perspectiva moderna, uma vez que os textos rosianos permitem reflexões, por esses vieses, devido aos conteúdos cujos procedimentos estéticos dialogam diretamente com as características da construção literária moderna. Utilizaremos embasamento teórico em estudiosos que pesquisam a referida temática, como a professora Maria Esther Maciel. Assim, trabalharemos a complexidade da escritura de João Guimarães Rosa com relação aos bestiários, tendo como lastro questões suscitadas em textos de sua carreira literária e, sobretudo, de sua obra póstuma, Ave, Palavra, refletindo sobre a fronteira entre humano e inumano, a qual oportuniza olhares interpretativos sob a figura do homem moderno.
Palavras-chave do autor:
Ave, palavra
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Bestiário
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Guimarães Rosa
Palavras-chave atribuídas pela pesquisa:
animais
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O quem da astúcia em
Tutameia
Ana Maria Bernardes de Andrade
Este artigo propõe uma leitura de Tutameia, de Guimarães Rosa (1967). A hipótese inicial é que a composição deste livro seja orientada pela astúcia poética. Nesse sentido, propõe um diálogo entre os mitos gregos da astúcia – Métis, Atena, Hefesto, Hermes e Ulisses – e o pensamento de Heidegger. Trata-se de uma obra pouco estudada pela crítica, que a considera demasiadamente hermética. Neste livro, o autor se vale de todos os recursos disponíveis, da retórica à tipografia, para capturar o leitor e convocá-lo ao trabalho de lê-lo, letra por letra. Tutameia coloca questões fundamentais para Rosa, cuja obra transita na ambiguidade das regiões fronteiriças. Este estudo pretende vislumbrar o sentido da astúcia na travessia humana: uma sabedoria que supera a megera cartesiana, que reaproxima a gente de uma essência esquecida. Astúcia poética é saber que tudo é e não é. O exercício hermenêutico de leitura do livro leva a uma nova leitura do mundo, sem verdades acabadas nem soluções definitivas: a busca não tem fim, pois sempre coloca uma nova questão. A astúcia deste livro está em justamente desvelar velando, iluminar sombreando, explicar confundindo. A cada nova investida, novos pontos são levantados, tornando mais complexa a visão que ele articula.
Palavras-chave do autor:
Astúcia
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Guimarães Rosa
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Mitos gregos
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Tutameia: terceiras estórias
Palavras-chave atribuídas pela pesquisa:
mito
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Entre o desejo de certeza e a dúvida: Riobaldo e a angústia da indeterminação
Claudia Campos Soares
Segundo Jacques Derrida, “existe desde sempre desconstrução operando em obras, especialmente em obras literárias.” No caso das obras em geral, a desconstrução opera através do próprio processo de diferenciação da linguagem, que permite que o processo de “leitura” seja desenvolvido interminavelmente. Entretanto, Derrida observa também que a desconstrução opera com mais força nas “obras literárias”, pois elas “parecem marcar e organizar uma estrutura de resistência à conceptualidade filosófica que teria pretendido dominá-los, compreendê-los, seja diretamente, seja por meio de categorias derivadas desse fundo filosófico, por meio das categorias da estética, da retórica ou da crítica tradicionais.” Tal é o caso de Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa. Riobaldo, o narrador-protagonista do livro, busca, através de seu relato, encontrar explicações plausíveis para as experiências perturbadoras que viveu no passado. Com o espírito povoado por dúvidas, ideias em desacordo, o ex-jagunço conta sua história porque pretensamente acredita, ou acredita em alguma medida, que isso possa ajuda-lo a descobrir a lógica de sentimentos e acontecimentos e alcançar, para a experiência vivida, uma formulação intelectual apaziguadora. À procura de Riobaldo caracteriza o que, poderia ser chamado de nostalgia do centro e da certeza perdida: o narrador-protagonista do romance de Guimarães Rosa busca certezas tranquilizadoras, entretanto só encontra indeterminação e insegurança. Isso porque o desejo de certeza do ex-jagunço é acompanhado de uma postura de dúvida sistemática que ele, paradoxalmente, também assume diante de verdades estabelecidas, que, assim, acabam por não resistir ao seu exame. Dessa maneira, suas tentativas de determinação acabam muito frequentemente, talvez o tempo todo, em indeterminação: no paradoxo, no impasse, na aporia, no ponto a partir do qual não é possível prosseguir refletindo. Pelo menos não em se tratando de uma reflexão fundamentada nos princípios de u
Palavras-chave do autor:
desejo de certeza
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Grande sertão: veredas
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Indeterminação
Palavras-chave atribuídas pela pesquisa:
filosofia
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Entre Eros e Tânatos: representações do feminino e discurso poético rosiano em "Buriti"
Elisabete Brockelmann de Faria
Entre as narrativas de Corpo de baile, “Buriti” destaca-se pela presença de personagens femininas marcantes, como as irmãs Maria da Glória e Maria Behu, cuja composição incrementa o discurso poético do texto de modo distinto, ora favorecendo apelos eróticos, ascendentes, ora imprimindo signos de imobilidade, descendentes. Este artigo analisa a relação entre os modos de ser e de agir dessas personagens e a dicção poética de Guimarães Rosa, tomando-se a perspectiva de Miguel, um dos protagonistas. Para a pesquisa, foram utilizados referenciais teóricos acerca do discurso poético em geral, como O ser e o tempo da poesia de Alfredo Bosi e do gênero lírico em especial, como Conceitos fundamentais da poética, de Emil Staiger e “A teoria dos gêneros” Anatol Rosenfeld, além de ensaios sobre a produção rosiana, como os de Benedito Nunes e Eduardo Coutinho e especificamente sobre “Buriti”, A construção do romance em Guimarães Rosa de Wendel Santos. Os resultados da pesquisa evidenciam que a caracterização e o posicionamento das personagens selecionadas importam sobremaneira à manutenção e incremento do discurso poético, constituindo um acréscimo à elaborada produção do escritor mineiro.
Palavras-chave do autor:
Discurso poético
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Guimarães Rosa
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personagens femininas
Palavras-chave atribuídas pela pesquisa:
feminino
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mulher
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Contadores de estórias: o olhar transculturador de Mia Couto e Guimarães Rosa
Gersiane Franciere Freitas Ribeiro Ribeiro
Em Mia Couto e Guimarães Rosa, o conto torna-se um gênero preferencial pela possibilidade de incorporar as características da tradição oral, reinventando estórias em que o real e o imaginário se misturam e produzem um novo discurso literário. Nessa perspectiva dialógica entre a literatura brasileira e a moçambicana, mais precisamente entre estórias de Guimarães Rosa e Mia Couto, faremos uma análise do conto “Famigerado”, do livro Primeiras Estórias do escritor brasileiro, e do conto “Afinal, Carlota Gentina não chegou de voar?”, do livro Vozes Anoitecidas do escritor moçambicano, observando como esses autores criam suas estórias numa perspectiva transculturadora.
Palavras-chave do autor:
contadores de estórias
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Guimarães Rosa
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Mia Couto
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TRANSCULTURAÇÃO
Palavras-chave atribuídas pela pesquisa:
Literatura Comparada
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TRANSCULTURAÇÃO
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A intencionalidade nos topônimos presentes em
Grande sertão: veredas
, de Guimarães Rosa
Isabela Maria Oliveira Catrinck
A relação do homem com o ambiente é refletida, em parte, na nomeação dos lugares que ele ocupa, sendo a Toponímia responsável pelo estudo desses nomes. Este trabalho objetiva estudar a obra de Guimarães Rosa – Grande sertão: veredas –, a partir dos topônimos nela constantes, de acordo com a teoria da intencionalidade, buscando analisar a motivação toponímica e a rosiana na formação dos topônimos. Rosa descreve: “[...] Descemos a Vereda do Ouriço-Cuim, que não tinha nome verdadeiro anterior, e assim chamamos, porque um bicho daqueles por lá cruzou.” (ROSA, 2001, p. 416, grifo nosso). Temos, pois, nesse trecho, a prova da intencionalidade e da criação de toponímica de Rosa. Verifica-se a recorrência de uma motivação tradicional, por semelhança direta, justificada pela presença do próprio bicho nomeador do topônimo. Percebemos a relação ambígua, mas necessária, da palavra e do objeto para a consolidação da experiência e da memória. Nesse viés, é preciso saber os mecanismos utilizados em Grande Sertão: veredas para que o leitor construa o significado dos topônimos e estabeleça uma relação entre ele e os demais elementos da obra, sendo, pois, o estudo da intencionalidade toponímica de grande relevância, já que os topônimos sempre possuem conteúdo informativo.
Palavras-chave do autor:
Grande sertão: veredas
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Guimarães Rosa
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Intencionalidade
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Topônimos
Palavras-chave atribuídas pela pesquisa:
Espaço
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Topônimos
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Buriti, poesia e saudade em
Grande sertão: veredas
Júnia Cleize Gomes Pereira
Este trabalho é parte integrante do Projeto de Pesquisa “Enciclopédia do grande sertão” e tem como objeto de estudo a palmeira buriti e a saudade presente em Grande Sertão: veredas, de João Guimarães Rosa. Encontramos no referido romance uma espécie de paráfrase da primeira estrofe do poema gonçalvino, quando Rosa também faz uso de uma palmeira para singularizar o sertão. Além dessa intertextualidade, encontramos ainda várias passagens em que a palmeira buriti é usada de maneira poética para falar dos gerais. Comprovaremos por meio de passagens da narrativa de Rosa e de comparações com o poema de Gonçalves Dias que a palmeira, no caso de Rosa, o Buriti, é símbolo emblemático desde o romantismo. Dentre as inúmeras relações que o buriti tem em Grande Sertão: veredas, uma delas é a relação com as veredas. Se os personagens sentem saudade de suas veredas, sentem também de suas palmeiras, pois a vereda é o reino dos buritis.
Palavras-chave do autor:
Buriti
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Poesia
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SAUDADE
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Sertão
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veredas
Palavras-chave atribuídas pela pesquisa:
paisagem
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Diálogos abensonhados: João Guimarães Rosa e Mia Couto
Júnia Tanúsia Antunes Meira
Este trabalho pretende, numa perspectiva dialógica, mostrar como as narrativas africanas reverberam-se nas histórias brasileiras, propondo um diálogo criativo e dinâmico na literatura. No percurso do estudo procuramos identificar nos contos traços expressivos deste diálogo, tais como a presença da ancestralidade, a marca da oralidade – mitos, provérbios, lendas, fábulas – a criação de neologismos, enfim, uma rica representação da realidade criada pelos escritores. Para ilustrar esta confluência, escolhemos em especial o conto “Presepe” do livro Tutaméia, de João Guimarães Rosa e “Noventa e três” de Estórias Abensonhadas do moçambicano Mia Couto. Vale ressaltar que a pretensão deste trabalho, além de estabelecer aproximações no discurso oral das narrativas dos dois autores, é também de contribuir para os estudos da produção literária brasileira em diálogo com as literaturas africanas de língua portuguesa.
Palavras-chave do autor:
Aproximações
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Literatura Africana de Língua Portuguesa
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literatura brasileira
Palavras-chave atribuídas pela pesquisa:
Literatura Comparada
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A famigerada violência em Borges e Guimarães Rosa
Maria Perla Araújo Morais
Neste trabalho, propomos a reflexão sobre a violência em dois contos: “Uai, eu?”, de Guimarães Rosa, e “O Evangelho segundo Marcos”, de Jorge Luís Borges. O modo como a violência aparece nessas duas narrativas é especialmente produtivo. Em comum, os textos apresentam a temática intermediada pelo discurso inverso (o da paz e do amor). O resultado dessa operação às avessas é em Guimarães a discussão de concepções estruturantes do Estado Moderno, a saber, seu aparato legislativo e regulatório. Já em Borges aparece a reflexão sobre uma “estética da margem”, de onde se pode fazer as mais inusitadas traduções de uma tradição legada. Nos dois contos, podemos perceber, em relação à violência, uma tradução equivocada ou uma tradução famigerada (para usar uma palavra rosiana), acionada como mecanismo de afirmação não só do estético, mas principalmente de identidade. Tais traduções são chanceladas pela Buenos Aires moderna, fértil de mesclas e bricolagens, e pelo sertão rosiano, lugar de cruzamentos de tempos e espaços diversos da modernidade brasileira. Aparece nos dois textos uma compreensão de uma “modernidade periférica”, espaço produtivo onde se articulam soluções culturais interessantes e singulares a partir das grandes tradições europeias.
Palavras-chave do autor:
Borges
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Guimarães Rosa
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modernidade
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Periferia
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violência
Palavras-chave atribuídas pela pesquisa:
violência
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Ironias da mimese em
Tutaméia
Maryllu de Oliveira Caixeta
No último trabalho editado por João Guimarães Rosa em vida, Tutaméia: terceiras estórias, ditos e não ditos ironizam pressupostos das acepções clássica e realista de representação. A crítica fez certo silêncio nos primeiros vinte anos de edição de Tutaméia, o que proponho como uma reação ao tratamento irônico de modelos de representação, clássico e realista, e de expectativas por eles suscitadas. O objetivo desta comunicação é considerar que, ao ironizar aqueles padrões de mimese, Tutaméia produz indeterminação.
Palavras-chave do autor:
Guimarães Rosa
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Representação
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Tutaméia
Palavras-chave atribuídas pela pesquisa:
mimese
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Representação
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O contador de estórias reinventado em Guimarães Rosa e Mia Couto
Zildete Lopes de Souza
O escritor brasileiro, Guimarães Rosa e o escritor moçambicano, Mia Couto procuram, a partir da narração performática, materializar no texto literário a tradição oral, retomando em suas produções literárias a performance narrativa dos contadores de estórias de ambas as culturas. O objetivo deste estudo é propor um diálogo entre os livros de contos: Primeiras estórias, de Guimarães Rosa, e Vozes anoitecidas, de Mia Couto na perspectiva de seus narradores. Apesar da diferença espaço-temporal que separa essas duas obras, elas mantêm entre si um intenso diálogo. Ambas são semelhantes no que se refere aos recursos utilizados em sua construção, como por exemplo, a singularidade da linguagem, a prosa poética e a tradição oral, fio condutor dessas duas narrativas. Evidenciaremos de que forma a tradição oral está inserida na criação estética desses escritores. Para isso, serão apreciados os contos “Luas de Mel”, de Guimarães Rosa e “Patanhoca, o cobreiro apaixonado”, de Mia Couto. Destacamos a performance e as estratégias utilizadas pelos narradores dos respectivos contos para inscrevem no texto o contador de estórias da tradição oral.
Palavras-chave do autor:
Guimarães Rosa
|
Mia Couto
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Primeiras estórias
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tradição oral
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Vozes anoitecidas
Palavras-chave atribuídas pela pesquisa:
Literatura oral
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Radiografias de um romance: vestígios de
Grande sertão: veredas
na biblioteca de Guimarães Rosa
Telma Borges
Integrante do grupo de pesquisa em literatura e afins – Nonada, coordeno atualmente o projeto “Enciclopédia do grande sertão”, cuja proposta é reunir reflexões temáticas de diferentes autores, na forma de verbetes, sobre Grande sertão: veredas. Neste trabalho, pretendo fazer alguns apontamentos sobre vestígios, pistas e sinais deixados pelo escritor nos livros de sua biblioteca – hoje sob custódia do IEB – Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo – que remetam ao processo de composição do romance. Para tanto, fiz um levantamento em toda publicação, constante na biblioteca, anterior a 1956, ano da primeira edição da narrativa, que contivesse alguma marginália a servir de índice que levasse ao processo de composição do relato de Riobaldo. Por essas pistas, é possível entrever os diálogos que o escritor estabelece com os mais variados saberes, tais como filosofia, religião, matemática, biologia, medicina, geografia, história, literatura, dentre outros. Assim também o é com as mais diferentes línguas, como o alemão, o espanhol, o francês, o inglês, o italiano, e outras mais. Através desses sinais, podemos provisoriamente concluir uma primeira premissa: a natureza enciclopédica (Umberto Eco) de Grande sertão: veredas, que o projeta como a uma espiral; um redemoinho rumo ao infinito.
Palavras-chave do autor:
Enciclopedismo
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Guimarães Rosa
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Literatura de Minas Gerais
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Tradição e Modernidade
Palavras-chave atribuídas pela pesquisa:
biblioteca
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Enciclopedismo
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Viagem pelo sertão rosiano: estudo toponímico de
Grande sertão: veredas
Patricia Goulart Tondineli
Esta pesquisa discorre sobre os topônimos no contexto de Grande Sertão: Veredas. Apresenta-se, para tal, o levantamento da toponímia presente na obra, seja real ou imaginária, classificado de acordo com as taxionomias propostas por Dick (1990), divido em natureza física e antropocultural, cujas taxes representariam os principais padrões motivadores para a escolha do topônimo. O presente trabalho tem por objetivo relatar as atividades desenvolvidas e os resultados obtidos pelo estudo dos topônimos presente em Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa. Este estudo integra o projeto “‘Enciclopédia do Grande Sertão”, que objetiva a elaboração de uma enciclopédia que discorra sobre diversos pontos, contribuindo para a bibliografia sobre a obra de Rosa. A pesquisa sobre os topônimos foi viável em virtude de sua grande incidência no contexto da obra de Rosa. Primeiramente, foi feito o levantamento dos topônimos presentes na obra. Para direcionar a pesquisa, usamos como base teórica Dick (1990), Costa (1997), Barbosa (1995) e Cunha (1986), entre outros. Os topônimos, após o levantamento feito, foram estudados etimologicamente para que pudessem ser classificados taxionomicamente. A partir daí, pode-se verificar que as taxes listam os principais padrões motivadores para a escolha do topônimo, os quais se transfiguram em processo memorialístico.
Palavras-chave do autor:
Grande sertão: veredas
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memória
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motivação
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toponímia
Palavras-chave atribuídas pela pesquisa:
Espaço
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Topônimos
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