JOÃO GUIMARÃES ROSA
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Zunái
dez. 2016, v. 3, n. 2
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A construção poética em "O recado do morro"
Jean Marcos Torres de Oliveira
Este trabalho apresenta um estudo da narrativa “O recado do morro”, de João Guimarães Rosa (1908-1967), quarta novela do volume Corpo de baile (1956), que destaca a relação entre o enxadeiro Pedro Orósio, a quem um recado é supostamente enviado pelo Morro da Garça, e deve compreendê-lo para que sobreviva a um ataque à traição comandado pelo seu amigo Ivo; e o músico popular Laudelim Pulgapé, que musicaliza o recado no final da narrativa e salva Pedro da morte. Faz-se uma aproximação entre a forma como a futura canção é transmitida até seu último transmissor, Pulgapé, e a maneira como o poeta participa da criação artística exposta em Íon (c. 399/391 a.C.), de Platão (c. 428/427 a.C.-348/347 a.C.), em que Sócrates lida com uma divinização da construção poética, transformando-a em algo que só é permitido pela manifestação dos deuses. Aproximando as obras, valendo-se da crítica de Erich Soares (2014) e baseado no método estético-recepcional de Hans Robert Jauss (1921-1997), pretendemos atentar para uma arte que é vinculada à inspiração e que pode se manifestar em indivíduos, como acontece em Guimarães Rosa, desprovidos da razão ou mesmo marginalizados pela sociedade, tal qual acontece em “O recado do morro”, em que os transmissores/receptores são personagens dotadas de características excêntricas ou que não atraem a atenção por serem consideradas loucas ou ingênuas. Aplica-se, à novela, as reflexões socráticas que apresentadas no referido diálogo, em que a “rocha” precisa dos “anéis” para transmitir um comunicado a um elemento que muito participa da sua constituição.
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