JOÃO GUIMARÃES ROSA
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Revista Philologus
2015, n. 63 Suplemento
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A tradição do poético como resgate da tradição oral na obra de João Guimarães Rosa
Ana Maria Rocha Soares
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Márcio Roberto Soares Dias
p. 334-349
Visa-se a discutir como a obra de João Guimarães Rosa consegue ser um instrumento de resgate e de valorização da língua oral. Partindo da perspectiva de que a oralidade – desde mais precisamente o século o XVI – sempre fora descartada e/ou marginalizada por uma política de prestígio ou mesmo pela produção acadêmica, a obra de Rosa desponta como uma amostra de que a língua só se justifica enquanto discurso efetivo; enquanto prática inserida num dado contexto social ou mesmo numa dada circunstância. Nesse sentido, o autor faz uso de procedimentos reconhecidos por uma tradição acadêmica como mecanismo de evidenciar (ou validar) outra tradição: a língua oral. Mais precisamente neste artigo, adotam-se alguns contos das obras Primeiras Estórias e Tutameia, do aludido autor, como forma de elucidar como G. Rosa, mediante recursos tipicamente poéticos (tradição literária), consegue fazer da tradição oral uma modalidade linguística que merece ser reconhecida e, por conseguinte, digna de se ver representada pela tradição acadêmica. O escritor mineiro busca, dessa maneira, através de uma tradição, resgatar outra tradição: a oralidade. Assim, a obra de Rosa disponibiliza para a língua oral um espaço efetivo e, portanto, representativo na produção ficcional brasileira.
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