JOÃO GUIMARÃES ROSA
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Trama
2008, v. 4, n. 8
Artigos
1/6
A onomástica da língua estrangeira em Grande Sertão: Veredas
Clarice Nadir Von Borstel
p. 41-49
A semiotização lingüística é um dos recursos criativos de uso de sobrenomes com traços lingüísticos estrangeiros, utilizados em Grande Sertão: Veredas por Guimarães Rosa. Os fatos enquanto prática sócio-histórica e societal, representados na obra, como elementos decisivos na constituição da identidade onomástica quanto à identificação e representação dos personagens, simbolizados na enunciação das narrativas discursivas, no que diz respeito à descrição de narrativização denominativa.
Palavras-chave do autor:
identidade onomástica
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literatura
|
semiotização lingüística
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2/6
Quando o "ver" evolui para o "transver": uma análise de "Quadrinho de estória"
Adilson dos Santos
p. 11-27
Este estudo visa apresentar uma leitura de “Quadrinho de Estória” – conto presente no volume Tutaméia (Terceiras Estórias) (1967), de João Guimarães Rosa (1908-1967) – sob o enfoque do mito do homem andrógino, relatado em O banquete, e da alegoria da caverna, presente no livro VII de A república, ambos de Platão. A análise também aponta os claros vínculos da narrativa de Rosa com o conto “O retrato oval” (1842), de Edgar Allan Poe.
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3/6
Flausina, a das malinas lábias: violência e tragédia em "Esses lopes"
Márcia de Fátima Martinez
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Marcos Hidemi de Lima
p. 73-84
Este trabalho tem como intuito analisar como se dá a manifestação do poder e da violência, tecido sobre a inevitabilidade e fatalidade inerente ao trágico, no conto “Esses Lopes”, de Guimarães Rosa, mostrando a forma como Flausina, a personagem-narradora, sofre um processo de anulação como ser humano diante da força opressora da ordem masculina, quando ela é transformada sucessivamente em esposa de vários homens da família Lopes. Para subverter isso, essa mulher vale-se da violência, o mesmo método com o qual a submeteram, revelando-se a única maneira possível de alterar uma lógica aparentemente imutável.
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4/6
Matraga pede passagem: o rito, o herói e a individuação em Guimarães Rosa
Maria Esther Torinho
p. 97-109
Augusto Matraga, personagem de Guimarães Rosa, senhor de terras autoritário, após perder tudo e ser humilhado, pensa que ainda terá sua hora e sua vez. Submetido a uma vida de privações, sofre uma transformação forjada na dor, no encontro com o sagrado e no desejo de servir, em um rito de passagem ao encontro de si mesmo. Este artigo empreende uma análise de Matraga, com o apoio da teoria de Van Genepp sobre os ritos de passagem e da trajetória do herói, segundo as propostas de Campbell e Carol Pearson, com uma breve incursão pela Psicologia Analítica de Jung.
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5/6
O vaqueiro disse e o boi se fez
Rita Felix Fortes
p. 111-119
Em “Os três homens e o boi dos três homens que inventaram um boi”, conto curto – como todos de Tutaméia – João Guimarães Rosa, além de se ater ao folclórico e decantado tema do boi, discute a relação entre o homem e o tempo, ante cuja inexorabilidade resta, apenas, criar através da linguagem, um universo imaginário – assim como a literatura – capaz de converter-se em alento para seu criador.
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6/6
Poemas de celebração: visita poética de Drummond a Machado de Assis e Guimarães Rosa
Maria Beatriz Zanchet
p. 85-96
No poema “A um bruxo, com amor”, dedicado a Machado de Assis, e em “Um chamado João”, dedicado a Guimarães Rosa, Drummond posiciona-se – poética e figurativamente – mediante a perspectiva de dois olhares diferenciados, respectivamente, sobre a criatura e o criador, ou seja, no primeiro caso, a voz lírica autoral dirige-se a um “tu” e, investida de persona visitante, adentra “certa casa da Rua Cosme Velho” e traz à tona obras e personagens machadianas; no segundo caso, a voz poética – a partir de um vasto questionamento – interroga-se sobre a veracidade da existência do criador, esse “fabulista, fabuloso, fábula” que foi João Guimarães Rosa. As duas perspectivas – que se estribam no tempo memorial para justificar abordagens poéticas diferenciadas – constituem um diálogo de celebração e homenagem a dois grandes escritores que marcaram o poeta mineiro, quer em termos de memória da escritura (no caso de Machado de Assis), quer em termos de memória literária do escritor (no caso de Guimarães Rosa).
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