Este artigo pretende ler o conto “Conversa de Bois”, de João Guimarães Rosa, em paralelo com algumas narrativas bíblicas do “Gênesis”, particularmente os seus três primeiros capítulos, a partir dos conceitos de mito e consciência. Assim como as narrativas bíblicas constituem (também) uma ficção, a obra rosiana apresenta-se com este veio e esta identidade que por tanto tempo têm fascinado e intrigado seus leitores. Assim como o texto da Bíblia, as narrativas do mineiro de Cordisburgo buscam o leitor desde sua alienação cotidiana para a reflexão inquietante a respeito de si, de sua existência e de sua relação com o outro, levando esses mesmos leitores mais a questionar do que a responder. Neste sentido, buscaremos pensar o conceito de consciência, sobretudo a partir de algumas definições filosóficas e, particularmente, do pensamento de John Searle. Não é nossa pretensão, contudo, esgotar tal conceito - que se mostra altamente complexo - mas é nosso objetivo, portanto, tentar perceber como o conto e os relatos bíblicos colocam em relevo seus personagens sob a égide de questões internas que direcionam suas atitudes.
Atenção! Este site não hospeda os textos integrais dos registros bibliográficos aqui referenciados. Para alguns deles, no entanto, acrescentamos a opção "Visualizar/Download", que remete aos sites oficiais em que eles estão disponibilizados.