O artigo analisa Campo geral, primeira das sete novelas que compõem Corpo de baile (1956), de João Guimarães Rosa, sob a perspectiva da Ecocrítica, ramo dos Estudos Literários que se ocupa das relações entre literatura e meio ambiente. Buscando entender de que forma a natureza é representada na obra e como o texto nos leva a refletir sobre os valores em jogo no enredo, especificamente a relação entre natureza, saberes tradicionais e religiosidade – questões propostas pela Ecocrítica –, a análise vai sendo tecida. Observa-se, para tanto, a reorganização que o protagonista faz da realidade cultural: sua tentativa de integrar cultura e natureza reflete a recusa em viver uma vida pautada numa forma de subsistência baseada na brutalidade do mundo adulto.
Este trabalho apresenta uma análise ecocrítica da novela Campo Geral de Guimarães Rosa, mostrando de que maneira as representações do autor continuam atuais nas sociedades pós-industriais em que vivemos. Partindo do doloroso processo de amadurecimento de Miguilim, garoto pobre de um universo rural e patriarcal, intentamos compreender os desajustes existentes entre os sentimentos de compaixão com relação aos animais do protagonista e o mundo utilitarista e pragmático dos adultos. Para cumprir o nosso propósito, dividimos o trabalho em duas partes: na primeira, através da abordagem teórica de Norbert Elias, tentamos mostrar como muitas vezes o aprendizado da primeira juventude, com seus sonhos e desejos, não se conforma com as exigências mais rígidas da vida prática; na segunda, utilizando as abordagens do defensores dos direitos dos animais, como Jaques Derrida (2002) e Peter Singer (1998), o nosso intento foi cria um diálogo entre as teorias ecológicas mais atuais e a novela em questão
O presente artigo consiste numa leitura ecocrítica do conto “Meu tio o Iauaretê” de Guimarães Rosa, tendo como referencial teórico os estudos Almeida (2008), Garrard (2006), Lévi-Strauss (2008), entre outros, tendo como objetivo ressaltar como, na obra roseana, tanto os aspectos formais quanto discursivos sugerem uma preocupação primordial no que se refere a representação da relação entre o homem e os demais seres com os quais convive, apontando para uma íntima relação entre eles na qual as diferenças vão sendo apagadas ao longo da narrativa, possibilitando, além de um encantador prazer estético, uma reflexão profunda em torno dessa relação.