Este artigo visa analisar o texto “O recado do morro”, integrante da obra Corpo de Baile (1956), de João Guimarães Rosa, com o intuito de evidenciar os modos de percepção e transmissão do recado. Esse recado se origina no universo natural e se constitui gradativamente através de distintas formas de conhecimentos e percepções da realidade, como a imaginação infantil, a “loucura” e a sensibilidade artística, fugindo assim da lógica comunicativa convencional. Dessa forma, objetiva-se salientar como um dos traços fundamentais para a tal comunicação é a interação entre as personagens e o espaço natural, com destaque para a intensa relação entre o protagonista Pedro Orósio e sua Mãe Natureza.