JOÃO GUIMARÃES ROSA
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Lenise Maria de Souza Lucchese
Autor:
Lenise Maria de Souza Lucchese
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2011
2003
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Eros e a poética do olhar na obra de Guimarães Rosa
Lenise Maria de Souza Lucchese
Tese de Doutorado
Universidade Federal do Rio de Janeiro
2011
Faculdade de Letras, Departamento de Letras Vernáculas
Eros engendra o universo mitopoético de Guimarães Rosa. A força emancipatória do mito se apresenta como princípio norteador da ficção rosiana. Entendido como agente do processo cosmogônico, vincula corpo e alma com a vitalidade cósmica e criadora da natureza, aproxima linguagem e ser, fundamenta com o poder formativo da palavra um novo sertão e consagra a grandiosidade da vida em constante recomeço. Ele rompe com a tradição patriarcal da sociedade ocidental e contraria a figura divina que, comumente, o caracteriza como interventor na dinâmica familiar e na ética social, sentimento que gera deleite e sofrimento, oposição entre prazer e dever, coerção ou ameaça, impulsionador de atitudes insanas ou inconsequentes, desejo insaciável, sujeito em busca do objeto ou deus absoluto do Olimpo. Nas narrativas do escritor, assume a orquestração tensa e harmônica de contrários que não se excluem, na riqueza de timbres que compõem o viver. Esta tese propõe o viés amoroso como importante possibilidade de diálogo com a tessitura literária de Rosa. A base das discussões prioriza a regência de Eros em imagens poéticas ligadas ao olhar, que evidenciam o irromper do inaugural e miram a invisibilidade de todo ver. Olhar arrebatado por Eros, cria, recria, deforma e transforma imagens porque se insere na dinâmica das metamorfoses. Grande sertão: veredas constitui o núcleo irradiador das reflexões. "A estória de Lélio e Lina", "Substância", "Dão-Lalalão" e "Buriti" contribuem para complementar e confirmar a abrangência de Eros no projeto poético do autor. A elaboração estrutural da obra rosiana suscita uma declaração de amor à vida e uma celebração da potência genesíaca do mais belo dos deuses.
Palavras-chave do autor:
cosmogonia
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Eros
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Guimarães Rosa
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olhar
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Vertentes do amor em Guimarães Rosa: uma leitura de "Substância", "Dão-Lalalão" e "Luas-de-mel"
Lenise Maria de Souza Lucchese
Dissertação de Mestrado
Universidade Federal do Rio de Janeiro
2003
Faculdade de Letras, Departamento de Letras Vernáculas
Este estudo apresenta algumas reflexões sobre o amor, em três estórias de Guimarães Rosa - "Substância", "Dão-Lalalão" e "Luas-de-mel". Ao mesmo tempo em que mantêm a sua autonomia, há uma profunda intedependência entre elas. Dentro de um universo de diferenças, cada uma se explica junto às outras. Essa integração corresponde a uma vertente do projeto de amor rosiano - manter a diversidade na unidade. A leitura proposta observa que o amor propicia transformações existenciais que ocorrem durante profunda viagem à interioridade dos personagens. Esse processo de metamorfose acontece diante de um tempo descontínuo, porém, circular. Nesse movimento, a natureza se une às mudanças dos personagens e se torna epifânica. Essas estórias mostram que Eros ultrapassa a visão dicotomizada e excludente entre lógico ou alógico, corpo ou alma. Elas propõem o amor envolvendo corpo e alma, razão e desrazão. Nelas, o amor se concretiza na transcendência e permite que o ser esteja em constante movimento de inaugurar a vida a cada instante, se descobrindo e descobrindo o novo e colocando-se por inteiro na aventura do viver.
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