JOÃO GUIMARÃES ROSA
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Teses/dissertações
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Formação e realismo: forma e história em Sagarana
Felipe Bier Nogueira
Tese de Doutorado
Universidade de São Paulo
2016
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Teoria Literária e Literatura Comparada
Esta tese tem como objeto a formação histórica da obra de João Guimarães Rosa. Com foco nas narrativas de seu livro de estreia, Sagarana, de 1946, o texto trabalha com a seguinte hipótese: no livro, para além da experimentação de técnicas literárias que marcam a obra de Rosa como um todo, há nele a preocupação com um objeto histórico que é o sertão. A tese passa pela caracterização deste objeto, formado, a nosso ver, a partir das tensões políticas da Primeira República. O acompanhamento do objeto em Rosa também pressupõe uma inserção do autor na tradição da literatura brasileira pós-1930, em que a autonomia do objeto-sertão passa ao proscênio da representação. Chega-se assim à segunda hipótese do texto: esta autonomia e a importância do sertão para a literatura de 1930 a 1964 ligam-se às próprias dinâmicas que impulsionaram o país à industrialização. As novas necessidades emergidas do capitalismo industrial em gestação põem em primeiro plano o destino das populações pobres no sertão, das quais dependem sem reservas. A terceira hipótese trabalhada na tese é, portanto, a de que o tratamento sério do objeto-sertão em Rosa oferece um desafio às teorias formativas: tanto a forma rosiana como as teorias sociais que se preocuparam com a formação do país teriam se alimentado do mesmo empuxo integrativo sob a indústria; mas o objeto-sertão funcionaria como outro à utopia que atribuiu a essas dinâmicas a capacidade de construir uma cidadania efetiva no país. A tese demonstra como a atenção de Rosa a este objeto muito específico as revoluções da matéria social do sertão tem como consequência, em sua apreensão formal, o atravessamento da utopia formativa, revelando o ponto de impossibilidade de uma construção burguesa.
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O resto do sertão: faces da modernidade em 'Grande Sertão: veredas'
Felipe Bier Nogueira
Dissertação de Mestrado
Universidade Estadual de Campinas
2012
Instituto de Estudos da Linguagem / Programa de Pós-Graduação em Teoria e História Literária
Esta dissertação trata da relação entre política e forma literária no romance Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa. Parte-se do pressuposto básico de que há a apreensão de um modus operandi específico da política no texto rosiano: a saber, do processo de modernização, entendido em duas chaves: uma chave horizontal, que trata da distensão e enrijecimento das relações patriarcais de poder; e outra vertical, que diz respeito à força que penetra nos vãos legados pelas relações cordiais e remete ao funcionamento íntimo da soberania moderna, marcado pelo fortalecimento da lei através do embaralhamento das fronteiras éticas. Esta dupla remissão do conceito de modernidade obrigou um aporte metodológico transversal no tratamento da obra: buscou-se evidenciar os temas que, diferenciando-se de acordo com a camada do texto em que se encontravam, não deixavam de tocar no mesmo corpo de problemas. Assim se dividiu este trabalho em três principais seções: 1) o poder, na qual se buscou jogar luz sobre os rudimentos históricos básicos que alimentam a narrativa rosiana; 2) a lei, em que se empreendeu o trabalho de entrever o significado das guerras e de sua manipulação da violência frente à sobreposição do novo arranjo soberano às formas decadentes do direito cordial; 3) o amor, parte sobre a qual recaiu a importância da análise do regime da diferença no romance, intimamente ligado à maneira como se mobiliza a reação da forma rosiana ao estado ético da modernidade. O afunilamento de tais questões fez incidir sobre um só problema todas as tensões deste trabalho: o porquê da grande responsabilidade ética legada à palavra por parte de Guimarães Rosa. Tenciona-se, ao se apontarem os pontos de fuga desta questão, evidenciar os horizontes políticos que a obra rosiana oferece.
Palavras-chave do autor:
Grande sertão: veredas
|
Guimarães Rosa
|
história
|
literatura brasileira
|
modernidade
|
política
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violência
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