JOÃO GUIMARÃES ROSA
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Teses/dissertações
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Conversões mitopoéticas em 'Primeiras estórias'
Leandro Gama Junqueira
Dissertação de Mestrado
Universidade Federal do Rio de Janeiro
2004
Faculdade de Letras, Departamento de Letras Vernáculas
Esta Dissertação desenvolve um estudo sobre a correlação do mítico, do simbólico e do imaginário na constituição da narrativa de Primeiras estórias, de João Guimarães Rosa, tomando por base os contos Pirlimpsiquice, O Espelho, Darandina, A Terceira Margem do Rio, As Margens da Alegria e Os Cimos. Estabelece-se nela a arte como manifestação do real. Defende-se a idéia de que Primeiras estórias possui um princípio interpretativo inerente a estrutura da obra. As reflexões giram em torno das conceituações sobre a consagração do tempo e do espaço, iniciação, imanência, transcendência e transdescendência, Homo Viator (Religiosus/Trans/humano), personagente, psiquiartista, elementos apresentados de modo original na obra de Guimarães Rosa. A palavra chave deste trabalho é travessia, sinônimo de metamorfose, de conversão, mostrando que, por isso, a narrativa está em metamorfose constante, convertendo em símbolo todos os seus elementos. Mostra, ainda, que a força mágica do narrar é o agente ficcional de coesão no qual o mítico e o simbólico se integram na invenção rosiana da realidade. A verdade poética de Primeiras estórias é uma manifestação mítica, simbólica e imaginária. O real é a interação dialética desses três pontos que convergem e convertem o narrar rosiano em narrativa mitopoética: ela não imita a realidade, mas manifesta-a. A mímesis não é imitação, mas concriatividade do mítico, do simbólico e do imginário na constituição do real.
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O percurso de formação das personagens infantis em Guimarães Rosa
Maria Carolina de Godoy
Tese de Doutorado
Universidade Estadual Paulista - Araraquara
2007
Faculdade de Ciências e Letras
Neste trabalho, parte-se do pressuposto de que as personagens infantis, em diferentes narrativas, realizam a trajetória de formação que caracteriza sua inserção no mundo adulto. Essa caminhada para o conhecimento e a maturidade permite aproximar o conjunto de narrativas rosianas, cujo tema é o universo infantil, às narrativas denominadas de romance de formação. O objetivo é mostrar que a trajetória de aprendizado não se faz sem conflitos; o imaginário infantil entra em confronto direto com o mundo adulto. De um lado, o espaço exterior da natureza torna-se modelar, ensina lições, contribuindo para o processo de amadurecimento da personagem; de outro, o espaço interior - ora vislumbrado pela voz do narrador, ora pela voz da personagem - reflete os medos e incertezas dessa passagem. Em sua trajetória de aprendizagem, as personagens descobrem as dores da perda desde pequenos acontecimentos até a morte de entes queridos. Os ensinamentos também chegam pela natureza, que está em contato direto com as personagens, tornando-se espaço de refúgio para a dor de conhecer a existência. Para examinar tais conflitos do imaginário e a formação das personagens infantis em Rosa, foram selecionados os contos Conversa de bois, de Sagarana, Os cimos, As margens da alegria, Partida do audaz navegante, Pirlimpsiquice, Nenhum, nenhuma, de Primeiras Estórias e Campo geral, de Manuelzão e Miguilim. Observa-se, no tratamento dispensado ao mundo infantil, de Sagarana aos contos de Primeiras Estórias - obra que se constrói em narrativas curtas, propiciando certo hermetismo em muitas delas - a formação da criança, apresentada no plano da história e do discurso.
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A forma do meio: livro e narração na obra de João Guimarães Rosa
Clara Maria Abreu Rowland
Dissertação de Mestrado
Universidade de Lisboa
2009
Este trabalho propõe uma leitura da obra de Guimarães Rosa de Corpo de Baile (1956) até Estas Estórias (1969), construída sobre a articulação entre duas dimensões, o livro e a narração. Interroga-se o modo como estes textos colocam em relação, na tensão entre escrita e oralidade que está na sua base, a representação do acto narrativo e a reflexão sobre a construção do livro em função de um questionamento da forma e da legibilidade. Descreve-se a resposta que a organização dos livros de Rosa oferece a problemas de representação e referência, através de uma atenção ao paratexto e à edição, e discute-se a releitura e a parábase como figuras da problematização da leitura.
Palavras-chave do autor:
João Guimarães Rosa
|
livro
|
narração
|
parábase
|
releitura
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Desatino: o destino poético dos loucos rosianos
Nádia Garcia Mendes
Dissertação de Mestrado
Universidade Federal do Rio de Janeiro
2013
Na obra de João Guimarães Rosa, a loucura não é apenas um tema recorrente. Os loucos apresentam-se intimamente relacionados à poética do autor, são detentores de sabedorias que superam o campo estritamente racional, são seres ligados ao mundo profético, à poesia, à criança e a todos os elementos que simbolizam o homem criativo. A partir de uma das sagas de Corpo de baile e de algumas das estórias que compõem a obra Primeiras estórias, este trabalho propõe um estudo de personagens que vivem à margem da razão, de modo a entender a singularidade do desatino rosiano.
Palavras-chave do autor:
imaginação
|
Loucura
|
Poesia
|
profecia
|
razão
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Imagens da infância: crianças, aprendizagem e formação nos contos de Guimarães Rosa e Clarice Lispector
Sarah Diva da Silva Ipiranga
Tese de Doutorado
Universidade Federal do Ceará
2010
Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira
Análise das representações da criança e dos processos de aprendizagem e formação nos contos de Guimarães Rosa e Clarice Lispector. Parte-se inicialmente da criação de uma tipologia que sistematiza e categoriza as imagens da infância, as suas intermediações familiares, escolares e sociais, bem como as relações que se estabelecem entre os indivíduos e grupos que se afirmam nas narrativas: pais e filhos, alunos e professores. Os espaços nos quais essas mediações têm lugar (natureza, casa e escola) e os percursos de aprendizagem e formação que norteiam a afirmação da infância são também analisados e articulados com várias teorias acerca da constituição do infantil e das injunções de poder que marcam os confrontos e diálogos entre esses atores sociais. Em uma perspectiva interdisciplinar, os campos teóricos da Educação, História e Literatura imbricam-se por meio do pensamento de autores que refletiram sobre a infância e a formação: Norbert Elias, Philippe Ariès, Mikhail Bakhtin e Walter Benjamin. Além disso, na constituição das infâncias nos contos selecionados, observa-se a interferência motriz de elementos conceituais que delimitam o campo de atuação dos personagens: o conflito, a viagem, o sacrifício, a linguagem, a imaginação, o riso, a morte e o amor. Constrói-se, assim, com a tese um espaço de reflexão sobre as contribuições do texto literário para os estudos pedagógicos acerca da criança e das suas formas de estar no mundo.
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