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Aula Pública com Jean Chauvin: por que os romances policiais fazem tanto sucesso?

Professor da ECA-USP discute o caso da britânica Agatha Christie, uma das escritoras mais importantes – e lidas – da história
Na Aula Pública, professor Jean Pierra Chauvin discute o caso de Agatha Christie (Foto: Opera Mundi TV)
Agatha Christie foi a primeira mulher a escrever romances policiais. Com um sucesso estrondoso entre os séculos 19 e 20, é reconhecida como uma das autoras que mais vendeu livros na história. Na verdade, apenas a Bíblia e as obras de William Shakespeare venderam mais que a escritora britânica. Como ela conseguiu tal façanha?

Esta é questão que Jean Pierre Chauvin, doutor em Teoria Literária e professor da ECA USP, responde na Aula Pública Opera Mundi. Para o especialista, uma série de fatores explicam porque os romances policiais fazem tanto sucesso.

Assista ao primeiro bloco da Aula Pública com Jean Pierre Chauvin: por que os romances policiais fazem tanto sucesso?

 

Na segunda parte, o professor Jean Pierre responde perguntas do público:

“Agatha teve uma educação vitoriana — destinada à elite inglesa. Falava russo, francês e era também dançarina de balé. No entanto, podemos dizer,  ela é a primeira voz feminina a fazer cultura de massa. É interessante pensar que, mesmo com esse perfil e com esse background ligado à elite, ela resolveu escrever romances para as classes populares. Mas, ao mesmo tempo, não abandonou o refinamento e a complexidade dos personagens”, explica Jean Pierre.

Agatha Christie escreveu mais de 70 romances, peças de teatro e contos, traduzidos em dezenas de países. Em comparação com as obras do século XIX, afirma Chauvin, teve que adotar uma linguagem quase coloquial para se aproximar do grande público.

“A linguagem que ela adotou fez com que as pessoas pudessem fazer trocas simbólicas e discutir — boca a boca —  as obras que ela publicou. Esse processo fez com que os livros vendessem mais. Em termos de refinamento estético, outro aspecto importante é a preocupação da autora com os retratos — moral, psicológico e físico — dos personagens. E, por fim, o elemento decisivo: o crime”, explica.

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