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Squash: De Londres para o Mundo

Arthur Caselatto Pereira

Dentre os muitos esportes praticados em quadras, um que vem se destacando e crescendo muito nos últimos anos é o squash. Jogo veloz e de muita intensidade, marcado por uma alta exigência física e técnica, vem ganhando um número cada vez maior de adeptos.

A historia da origem de tal esporte é controversa, não havendo consenso sobre onde o mesmo teria sido criado. Uma das versões é que ele teria surgido na prisão de Fleet, em Londres. Nela, os presos praticavam uma variação do tênis: utilizando raquetes improvisadas e uma bola de sólida, os detentos jogavam um esporte no qual deviam rebater a bola contra a parede sem deixar ela tocar no chão por mais de uma vez. Outra vertente sobre o surgimento desse esporte afirma que ele foi criado na Harrow School, também em Londres, por volta de 1830, local onde de fato foram construídas as primeiras quadras de Squash do mundo. No Brasil, acredita-se que o esporte chegou pela primeira vez por volta de 1920, trazido por imigrantes ingleses que viviam em Minas Gerais.

Após sofrer diversas mudanças na forma como é jogado ao longo da história, atualmente o squash funciona da seguinte maneira: jogado por duas pessoas em uma quadra fechada de quatro paredes, sendo a parede da retaguarda normalmente de vidro, cada jogador deve rebater a bola na parede frontal sem que a mesma toque o chão mais de uma vez. Para tal, o jogador pode usar todas as paredes da quadra, o que possibilita a realização de diversas jogadas. É importante notar que como os jogadores compartilham o mesmo espaço de quadra, eles devem se movimentar de forma a não atrapalhar a chegada do adversário à bola, sendo que quando isso ocorre, a jogada é anulada.

O esporte, apesar de muito jogado em todo o mundo, não é considerado um esporte olímpico. Entretanto faz parte de diversas competições subordinadas ao Comitê Olímpico Internacional, como os Jogos Pan – Americanos desde 1995. O Brasil acumula desde então um total de 10 medalhas nessa modalidade, 2 de prata e 8 de bronze. Os jogos profissionais são disputados em um sistema de melhor de 5 jogos conhecido como Pars, no qual o primeiro jogador a alcançar 11 pontos é o vencedor, sendo que em caso de empate em 10 pontos, o primeiro jogador a conseguir 2 pontos de diferença ganha a partida. O esporte tem como medidas oficiais para a quadra 9,75m de comprimento e 6,4m de largura.

Destaque no cenário nacional dessa modalidade, o atleta Raphael Shinckar de 21 anos, praticante do esporte há 12 anos, acumula diversos títulos nacionais e muita experiência internacional, concedeu uma entrevista, falando sobre sua carreira, desde o inicio até o momento em que se encontra atualmente.

BJE: Blog de Jornalismo Esportivo: Como foi seu primeiro contato com o Squash e o que mais te interessou sobre esse esporte?

Raphael Shinckar: Comecei a jogar quando tinha 10 anos. Estava na academia dos meus pais, e durante o treino de musculação que eles estavam fazendo, resolvi dar uma volta pelo lugar. Enquanto caminhava encontrei as quadras de squash da academia e parei para assistir às pessoas que treinavam. Estava gostando muito de assistir àquele jogo principalmente pela intensidade do esporte, e de repente fui convidado pelo treinador da academia para tentar jogar e ver como era. Acabei me interessando muito pelo esporte pelo fato de ser muito dinâmico e rápido, diferente de qualquer outro esporte que já havia jogado, e nunca mais parei.

BJE: Blog de Jornalismo Esportivo: Quais foram as suas principais experiências e conquistas nesse esporte até hoje?

           -Raphael Shinckar: O squash me proporcionou diversas experiências incríveis. Já tive a oportunidade de jogar diversas competições, inclusive internacionais, em várias partes do mundo. Entre as principais estão o U.S Open nos Estados Unidos e um mundial no Canada. Em questão de títulos e conquistas posso dizer que sou muito realizado até hoje: já fui campeão sul-americano, tenho 3 títulos brasileiros e diversos campeonatos paulistas. Além disso atualmente disputo o College Squash, campeonato de faculdades de squash, nos Estados Unidos.

          -BJE: Blog de Jornalismo Esportivo: A pratica de esportes muitas vezes proporciona diversas possibilidades para as pessoas. O que o squash tornou possível em sua vida até hoje? Que portas ele abriu para você?

         -Raphael Shinckar: Atualmente faço faculdade em Drexel, na Filadelfia, nos Estados Unidos. Eu estudo Marketing e moro em um apartamento com um amigo meu no centro da cidade. O squash teve uma influência gigantesca em me ajudar a chegar aqui. Através do squash consegui uma bolsa de estudos integral para vir para cá e representar o time da universidade no torneio nacional. Ou seja, graças a esse esporte tive a oportunidade de estudar fora do meu país, em uma universidade de ponta, e viver coisas que jamais aconteceriam se eu não o praticasse. Tem sido incrível desde que cheguei aqui. O calendário de jogos e treinos é muito puxado, com treinos todos os dias, incluindo finais de semana, e cabe a cada jogador conseguir conciliar o esporte com os estudos.

           -BJE: Blog de Jornalismo Esportivo: Para finalizar essa entrevista, que dica você daria para quem quer começar a praticar squash?

          -Raphael Shinckar: Minha dica para quem quer começar a jogar é saber que envolve muito treino, como qualquer outro esporte. O squash em particular é muito difícil no começo devido à intensidade do jogo. É necessário ter muita agilidade e rapidez para jogar. Então meu principal conselho para alguém que quer começar a jogar é não desistir e ficar focado nos treinos pois depois desse inicio complicado as coisas melhoram e você percebe o quão legal é praticar Squash.

 

 

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