Artigos

Bodyboarding: a recente modalidade das praias brasileiras

Catarina Saccomandi

O bodyboarding foi criado em 1971 pelo surfista havaiano Tom Morey, na intenção de criar um esporte mais acessível para todos. Inspirado nas antigas formas de surf da Polinésia que utilizavam uma prancha PAIPO, feita de madeira ou fibra de vidro, e que inicialmente deu o nome Paipo-board ao esporte, Tom desenvolveu em sua casa a primeira prancha de espuma de polietileno – material utilizado até os dias de hoje – e alguns anos depois começou uma pequena fabricação própria.

Os bodyboarders utilizam a prancha para deslizar sobre as superfícies das ondas do mar em direção à areia, também é feito o uso de pés de pato para aumentar a impulsão e melhorar o controle da prancha e roupas de neoprene para proteger os praticantes do frio das águas.

No Brasil, a modalidade era inicialmente conhecida como “morey boogie”, em referência à Tom Morey, e começou a ganhar visibilidade a partir de 1988, quando foi realizado o primeiro circuito nacional. Atualmente, o esporte está presente em praias por todo o Brasil e a dupla capixaba Lucas Rodrigues e Maylla Venturin são os atuais campeões do Troféu Brasil, masculino e feminino, respectivamente.

João Pedro Nery, 20, natural do Rio de Janeiro, é praticante amador do Bodyboarding desde criança e conta um pouco para o Blog Jornalismo Esportivo sobre o esporte e como viu seu crescimento nas praias brasileiras ao longo de sua vida.

 

 

 

BJE: Como foi seu primeiro contato com o bodyboarding?

Desde pequeno eu sempre fui muito pra praia, nasci no rio e sempre passava meus finais de semana lá. Meu padrinho e meu tio mais próximo são surfistas e sempre me levaram pra praia com eles e com isso, me interessei muito pelo esporte.

 

BJE: Porque você escolheu praticar essa modalidade?

João Pedro Nery: Quando  mais novo, eu surfava tanto com prancha de quilha quanto de bodyboard porém, ficando mais velho e morando fora do rio, a frequência no surf diminuiu e com isso, passei a focar mais no bodyborarding, tendo em vista também que a minha residência no rio se localiza perto de alguns dos principais locais para prática do esporte: Praia do Diabo, Posto 8 de Ipanema e Posto 5 de Copacabana.

 

BJE: O que mais te atrai no esporte?

João Pedro Nery: O contato com o mar e a sensação de liberdade por conseguir dar uma esquecida em todos os problemas do cotidiano e conseguir focar apenas na caída.

 

BJE: Como você acha que o bodyboarding afetou sua vida?

João Pedro Nery: Além de melhorar consideravelmente o condicionamento físico e a capacidade de nadar, o bodyboarding me proporcionou um maior conhecimento do mar e de suas possíveis condições adversas.

 

BJE: Você acha que o esporte é reconhecido no Brasil? Houve crescimento da modalidade desde que você começou a praticar?

João Pedro Nery: Acho que o esporte está em uma crescente no Brasil, assim como o surf, porém, em uma escala menor. O surf se tornou esse ano um esporte olímpico, o que proporcionou uma maior visibilidade para ambos e acredito que em alguns anos, o bodyboard possa se tornar também. Além dIsso, O Brasil conta com diversos campeões mundiais como Guilherme Tâmega, Uri Valadão, Neymara Carvalho e Isabela Sousa, grandes incentivadores do esporte no país.

 

BJE: Quais dicas você daria para quem está começando a praticar o esporte?

João Pedro Nery: O primeiro passo é ter uma boa natação para se garantir no mar. A partir disso, aprender a observar as correntes e os ventos para entender um pouco mais a situação na água, além de procurar observar as pessoas mais experientes, buscando aprimorar as técnicas e manobras pois diferente de muitos esportes, no bodyboard, você consegue estar lado a lado com excelentes surfistas brasileiros no mar, tendo em vista que o Brasil é pioneiro no esporte, possibilitando olhar cada movimento para aperfeiçoar o seu próprio surf a partir disso.

 

Blog do Jornalismo Esportivo

catsaccomandi@gmail.com