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Da música às quadras do futsal feminino

Virgílio de Sousa

Foto: Ramiro Esteves

Atleta de Futsal Feminino Letícia Frizzarini

No Brasil, antigamente, o futebol era visto como uma prática masculina. No entanto, esse cenário vem mudando. Em 1983, o Conselho Nacional de Desportos (CND) oficializou a prática de Futebol e de Futsal para mulheres. A partir desta data os campeonatos começaram a surgir em vários estados. A necessidade de expandir a prática do futsal feminino no Brasil e no mundo teve como principal motivo aumentar o número de praticantes também no feminino para incluir a modalidade nas olimpíadas. Atualmente, em âmbito nacional, além da tradicional Taça Brasil de Clubes, que em 2003 completou a XII edição, formou-se pela primeira vez uma Seleção Brasileira do gênero. Além disso, nos dias atuais, é sensível a expansão do futsal feminino em todo o território nacional. Prova disso, é o fato de a 16ª Taça Brasil de Clubes da categoria principal ser disputada por 25 equipes de 20 estados diferentes. Levando em consideração a importância crescente do futsal feminino, que o futsal é o esporte mais praticado em âmbito nacional e que muitas atletas profissionais se formam durante a prática universitária, a atleta Letícia Frizzarini foi convidada a dar a seguinte entrevista. Letícia é formada em música pela Unesp, atualmente estuda administração na Usp, tem 22 anos e pratica o esporte competitivamente desde o seu primeiro ano de Usp, destacando-se pela sua titularidade no time e ajuda na conquista dos mais recentes títulos Feanos.

BJE: Leticia, boa tarde. Obrigado por ter aceitado participar desta entrevista. Em primeiro lugar, gostaria de saber de onde surgiu o seu interesse pelo futsal.

LF: Boa tarde. Então, a minha paixão pelo futsal começou de uma brincadeira (rs). Os meus pais achavam que era importante eu praticar algum esporte e, como perto de casa havia uma escolinha de futsal com times femininos, eles me matricularam lá e desde a primeira aula q eu fui eu já adorei a “brincadeira”(rs)…A prática do futsal é apaixonante.

BJE: Leticia, como você observa o atual cenário do futsal feminino universitário?

LF:O cenário? Bom…o competitivo tem um nível altíssimo…Quase nível profissional mesmo tanto que os técnicos de praticamente todos os times universitários mais importantes, que lutam por títulos, são profissionais da área mesmo. Acredito que as palavras que definem mesmo esse cenário são: alta competitividade

BJE: Letícia, durante uma partida de futsal, qual o peso da torcida? A torcida de fato afeta um jogo?

LF: Olha, eu não conhecia isso até a minha primeira decisão…Sempre achei que era “papinho” dos jogadores (rs) Mas sabe…a arquibancada lotada…gritando seu nome na hora do gol…explodindo cantando…não tem como explicar, a torcida faz o time ter mais força, mais garra, mais vontade…é inexplicável

BJE: Letícia,então, qual a sensação de representar a Fea,e também a Usp como um todo, através das mais variadas competições?

LF: Representar é sempre difícil, sabe? Envolve responsabilidade…a dedicação que se tem que ter para se manter no time faz aumentar o peso da camisa que se veste…Tudo que se investe no seu esporte aumenta esse peso…A sensação é ótima, é gratificante.  

BJE: Letícia, por fim, você tem alguma dica para quem está começando no futsal?

LF: Bom…acho que, como na maioria das coisas da vida, o importante é ter disciplina…Não adianta chegar na sua primeira aula e achar que você vai ter o desempenho de uma profissional, sabe? Insistir e ter disciplina…Se dedicar aos treinos, dar sempre o melhor de si e estar sempre focada.

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