Crônicas

O AMOR AO DERROTADO, por Henrique Soto Lopes

alar dos times multicampeões é fácil. Torcer para os clubes pequenos é difícil. Torcer no sentido de frequentar o estádio, saber as músicas de cor, não se identificar com nenhuma outra equipe vitoriosa, ter a instituição como primeiro e eterno amor. E ainda se orgulhar disso.  

A explosão de bons sentimentos ao ver o seu time campeão é inigualável no futebol. Mas e os times que não brigam por títulos? Por acaso esses clubes não possuem torcedores?  

Pense na torcida da Ponte Preta. O mais antigo clube paulista em atividade. Nenhum título minimamente expressivo.  O objetivo dos pontepretanos é diferente, assim como de muitos outros clubes: boas campanhas ou simplesmente não ser rebaixado.  

Devemos pensar nos torcedores destes clubes, esses sim são verdadeiros guerreiros. Vão em todos os jogos, vibram, choram, amam incondicionalmente. Times que não disputam a elite dos campeonatos, não possuem apelo nacional, não são nem comentados em conversas de bar. 

Imagine quantas crianças trocaram de time ao ver que o clube de sua cidade ou o que se identificava era um nanico em meio a gigantes? Com certeza muitos. Por isso, o amor destes torcedores, que apoiam os clubes que quase sempre são derrotados, deve ser exaltado.  

Henrique Soto Lopes para o Especial “Crônicas Esportivas, Copa do Mundo e Seleção Brasileira de Futebol”