Crônicas

A BOLA TAMBÉM ROLA PARA TRÁS, por Gabriel Fidalgo

Vai começar a Copa do Mundo. Para mim, fica a pergunta: por que demorou tanto? Lá se vão quatro anos desde que aqueles alemães travestidos de rubro-negros nos usurparam do trono de especialistas na arte do futebol. Lá se vão quatro anos em que nós passamos basicamente discutindo esquemas táticos, recomposição defensiva, formação de base, e outras virtudes da virada alemã que os levou ao tetracampeonato mundial no Rio de Janeiro. Está claro que precisamos profissionalizar o ofício da bola. Ficamos para trás. É o caminho da sensatez, da responsabilidade. Mas que saudades da irresponsabilidade. Dos Ronaldinhos, Rivaldo, Roberto Carlos, Edilson, Marcos, Cafu, Kaká, Adriano, Juninho, etc. Que falta faz a simples junção de 11 talentos em um único campo, e com uma única camisa: a amarelinha. Por muito tempo, os deuses do futebol nos brindaram com vitórias, e mesmo derrotas, belíssimas. A irresponsabilidade era rotineiramente premiada. Os “cinturas duras” europeus quase sentiam vergonha de encarar aqueles craques tipicamente brasileiros: loucos, sorridentes e geniais. O mundo está mais serio, o futebol também, resta apenas, nos adequar e olhar para frente. Mas ainda bem que existe o empoeirado videoteipe.

Gabriel Fidalgo para o Especial “Crônicas Esportivas, Copa do Mundo e Seleção Brasileira de Futebol”