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Romarinho: mais um baixinho em busca do sucesso

No ano em que Romário ajudava a Seleção Brasileira a se tornar campeã do mundo pela quarta vez, nascia em São Paulo um garoto que viria a cultivar o mesmo sonho de poder, um dia, balançar as redes vestindo a amarelinha. O nome dele é Gebson, mas todos o conhecem como Romarinho. O apelido, aliás, não surgiu por acaso. Aos quatro anos, o garoto baixinho dava seus primeiros passos no futebol. Então no Juventus, ele gostava de jogar na banheira e sempre aparecia nos treinos com a camisa 11, do craque da seleção. A comparação foi inevitável.

Romarinho em partida pelo Juventus (Foto: Arquivo pessoal)
Romarinho em partida pelo Juventus (Foto: Arquivo pessoal)

Filho de Dona Delci, cozinheira do Moleque Travesso, Romarinho ainda tem 21 anos. Além do próprio Juventus, passou por Rio Branco e União São João de Araras, antes de chegar ao Independente de Limeira, clube onde atualmente disputa a Copa Paulista. Em entrevista, ele contou um pouco da sua trajetória no esporte e dos momentos mais marcantes da ainda iniciante carreira.

Como foi que você começou a praticar esporte e por que decidiu ser profissional?

Meu irmão mais velho jogava bola e eu sempre ia nos treinos com a minha mãe. Quando eu tinha quatro anos e meio, uma mulher falou para minha mãe me levar no Juventus, porque lá tinha escolinha e ela conhecia o treinador. As coisas foram melhorando a cada dia mais, consegui ajudar minha família, comprar algumas coisas… Eu ganho meu dinheiro fazendo uma coisa que eu amo.

Você começou sua carreira no Juventus, clube onde sua mãe é cozinheira. Como foi que ela começou a trabalhar lá também? Como era sua relação com ela durante sua passagem pelo Juventus?

Minha mãe começou a trabalhar no Juventus há 10 anos. Na época, a gente tinha muitas dificuldades na minha casa e eu não podia ajudar porque ainda não ganhava dinheiro, então o diretor do clube arrumou um trabalho para ela e depois ela foi trabalhar na cozinha. Eu gostava muito, é sempre bom comer a comida da mamãe [risos].

Xodó da torcida juventina, Romarinho ganhou até música (Foto: Arquivo pessoal)
Xodó da torcida juventina, Romarinho ganhou até música (Foto: Arquivo pessoal)

Você ainda é muito jovem e mesmo assim já foi o xodó da torcida do Juventus na Copa Paulista de 2013, ganhando até uma música em sua homenagem. Você já se sente preparado para ser referência para torcedores? Como é essa relação entre um jogador e sua torcida?

Antes de ser jogador de futebol profissional, eu sempre ia aos jogos do Juventus na rua Javari, torcia muito e via a felicidade da torcida com os jogadores. Sempre pensava que, um dia, estaria lá dentro do campo jogando pelo clube e fazendo os torcedores felizes. Minha relação com a torcida é muito boa. É sempre bom ouvir uma palavra de incentivo antes dos jogos, sempre dou atenção na medida do possível. Considero torcedor como se fosse da minha família.

Por que o apelido Romarinho?

Meu nome é Gebson Reis dos Santos, mas ganhei o apelido de Romarinho do meu primeiro treinador no Juventus, chamado Magrão. Eu ficava só na banheira, era baixinho e ia treinar com uma camisa número 11 do Brasil, com o nome do Romário.

Romarinho em partida pela Independente de Limeira, seu atual clube (Foto: Arquivo pessoal)
Romarinho em partida pela Independente de Limeira, seu atual clube (Foto: Arquivo pessoal)

 

O que o esporte representa na sua vida?

Gosto muito de esporte, faço de tudo um pouco, além de trabalhar com futebol.

Qual foi o momento mais especial da sua carreira?

O momento mais especial da minha carreira foi a minha estreia no profissional. A Javari estava lotada e tive a felicidade de fazer um gol. Chorei demais e vi que o meu sonho de criança estava se aproximando.

(por Cesar Isoldi e Juliana Fontoura)