CrônicasNA ACADEMIA

Maracanã 70 anos: um senhor GIGANTE

Por Edwaldo Costa

O que Pelé, Frank Sinatra, Marta, Tina Turner, Didi, Paul McCartney, Garrincha, Rolling Stones, Zico e Madonna têm em comum, além de serem geniais em suas artes? Simples: estiveram num templo sagrado. Qual? O do futebol!
Todos eles conheceram o Estádio Mário Filho, também chamado de Maracanã – Maraca, para os “íntimos”.

Aos 70 anos, o principal estádio brasileiro e o que guarda a maior quantidade de fatos históricos do futebol do país, mantém sua aura de gigante, apesar de já não comportar públicos de mais de 100 mil pessoas.

Inaugurado em 16 de junho de 1950, sob o nome de Estádio Mário Mendes, o carrega (ainda) o peso do maracanazo – a queda do Brasil para o Uruguai por 2 x 1, na final da Copa do Mundo daquele ano…

Em 1966, quando Mario Filho morreu, o gigante ganhou seu nome. Uma homenagem ao jornalista que defendeu sua construção.

Ele já foi palco de muitas alegrias e tristezas. Teve vaias a presidentes e centenas de explosão de emoção, como o milésimo gol de Pelé.

Foi o segundo estádio do mundo a sediar duas finais de Copa do Mundo (1950 e 2014). Em nenhuma delas o velho gigante viu a seleção brasileira conquistar a taça… mas assistiu a Argentina perder uma Copa para a Alemanha.

O Maraca já viu e passou por muita coisa… Foi reconstruído, transformou-se em arena, ganhou um hall da fama para os gênios que passaram por seu gramado, praticando o melhor do “esporte bretão”.

Hoje, o gigante mantém sua mística, seu charme e vai acumulando histórias. Modernizado, transformado para atender normas de segurança, mesmo com sua capacidade reduzida (de 150 mil para 78 mil pessoas), o Maracanã continua a ser o maior do mundo. Pode não ser o maior em termos de capacidade. Mas, sem dúvida, é o maior em tradição, alegria e em número de estrelas que recebeu. Até o papa peregrino, João Paulo II pisou por lá.

Aos 70 anos, o velho Maraca mostra que tem muita lenha para queimar e que ainda pode abrigar muitas, muitas histórias. Ele está pronto para o futuro, mesmo que com os pés plantados no passado. Um passado de glórias, diga-se de passagem.

Edwaldo Costa possui pós-doutorado pela ECA-USP e atualmente é jornalista do Centro de Comunicação Social da Marinha do Brasil