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Recordista brasileiro de Petra/RaceRunning, “Japa-Léguas” sonha em um dia disputar as Paralimpíadas

Por Edwaldo Costa

O recordista nacional de Petra/RaceRunning na prova de 100 m – categoria RR1, Luiz Tetsuo Yamauti Júnior, tem 39 anos e já é um grande campeão. Superou dificuldades como a paralisia cerebral e, em três anos na modalidade, conquistou quatro medalhas de ouro e quatro de prata.

Desde 2015, Luiz integra a equipe da Associação Paradesportiva Todos (APT). A instituição, referência pelo alto rendimento de seus atletas, tem como missão trazer melhor qualidade de vida e inclusão social para a pessoa com deficiência.

O atleta conta que sua história no esporte paraolímpico começou há 15 anos, com a bocha. Depois, em 2018, seu técnico, Mateus, o apresentou ao esporte Petra/RaceRunning: “Eu fiz uma avaliação e gostei bastante! Me identifiquei na hora e comecei a treinar. Na minha primeira prova, de 200 metros, já conquistei o terceiro lugar e, com isso, juntaram a minha descendência japonesa com o desenho do Papa-Léguas e passaram a me chamar de “Japa-Léguas”. Devo tudo isso, praticamente, a três pessoas: à minha mãe, ao professor Décio (in memoriam) e ao meu professor de atletismo, Fábio”.

Segundo Luiz Tetsuo, a imprensa brasileira ainda se dedica muito a algumas modalidades específicas, principalmente ao futebol, que tem espaço diário nos jornais e telejornais. Com isso, o paralímpico assim como outros esportes são prejudicados, pois não têm visibilidade e, consequentemente, fica mais difícil conseguir patrocinadores.

Luiz Tetsuo tem como ídolo o tenista Guga e no esporte paraolímpico o experiente jogador de bocha, Maciel Santos. Por causa da Covid-19, o atleta interrompeu os treinos de Petra/RaceRunning, mas disputar os Jogos Paralímpicos ainda está nos seus planos/sonhos.

Curiosidades PETRA/ Race Running

A Petra ou Race Running é uma modalidade paralímpica de atletismo criada na Dinamarca, em 1989, e chegou ao Brasil 2009. O atleta utiliza uma “bicicleta” (de três rodas), um guidão para direcionar o suporte para o tronco, um banco para o assento, faixas, mas não tem pedal anexado.
A modalidade é indicada para pessoas com paralisia cerebral, distrofia muscular, doença de Parkinson e outras deficiências que afetam a mobilidade e equilíbrio. A Petra é dividida em três categorias: RR1, RR2 e RR3, sendo a três a de menor gravidade.

Parece bicicleta/triciclo mas não é

O equipamento parece uma bicicleta, mas não é. Ele conta com suporte para o tronco, assento, guidão e três rodas. Os atletas não usam pedal, mas sim seus próprios pés para correr ou caminhar.

Mas e o nome PETRA?

O nome “Petra” foi dado em homenagem à mascote dos Jogos Paralímpicos de Barcelona 1992. A boneca desenhada pelo espanhol Javier Mariscal não tinha braços, apenas pernas grandes e fortes. Quando foi criado na Dinamarca, o protótipo do triciclo sem pedais recebeu o nome de The Walking Machine (uma máquina de andar), mas não durou muito. Depois de uma exibição pública naquela edição dos jogos na capital catalã, o nome foi substituído.

Petra foi o mascote das Paralimpíadas de Barcelona/92

Edwaldo Costa possui pós-doutorado pela ECA-USP e atualmente é jornalista do Centro de Comunicação Social da Marinha do Brasil