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Eliseu dos Santos pode chegar a sete medalhas paralímpicas em Tóquio

Por Edwaldo Costa

Carregando várias conquistas na bocha paraolímpica Eliseu dos Santos, 44 anos, é reconhecido no Brasil e no mundo como um exemplo de superação, esforço e determinação.

Nascido em Telêmaco Borba, no Paraná, passou a infância em Pinhais onde reside até hoje. O jogador de bocha na categoria BC4, desde 2005, conta com orgulho sobre suas conquistas, além de mencionar os desafios que enfrentou em sua carreira e enfrenta, agora, na pandemia da Covid-19.

“Confesso que no início não pensava em conquistar nenhuma paraolimpíada, pois quando comecei a praticar o esporte nem sabia que a modalidade fazia parte desta grande competição internacional. Com o passar do tempo fui me dedicando e ganhei ouro e bronze em Pequim, ouro e bronze em Londres e uma prata no Rio de Janeiro. Em Tóquio vou jogar dupla e individual, então, tenho chances de mais duas medalhas”.

Eliseu conheceu a bocha com 29 anos, 19 anos depois de descobrir que tinha distrofia muscular progressiva, doença genética do tipo Becker. Determinado a superar certas dificuldades, iniciou o treinamento e logo vieram inúmeras conquistas pessoais e esportivas, uma após a outra.

O atleta conta que seu primeiro clube foi o ADFP (Associação de Deficientes Físicos do Paraná), depois o TRADEF (Trabalho de Apoio ao Deficiente) e que atualmente voltou a competir pelo ADFP. Em dois meses após iniciar o treinamento em 2005, conseguiu conquistar o terceiro lugar no Campeonato Brasileiro.

“A primeira conquista me mostrou que eu seria capaz de seguir vencendo. Dois anos depois trouxe para casa a medalha de prata na Copa do Mundo. Como já disse, em 2008, em Pequim, ganhei duas medalhas paraolímpicas, uma de ouro e outra de bronze”. O atleta brasileiro consagrado na modalidade conquistou ouro e bronze em Londres e a última, de prata, no Rio 2016 na prova de duplas mistas, junto com Marcelo dos Santos (irmão) e Dirceu Pinto, amigo e jogador de bocha que veio a falecer em abril de 2020.

Minha mãe é minha inspiração

A família é a principal base de Eliseu. Além da grande admiração pela mãe dele, o jogador também fala com gratidão da sua esposa e dos seus filhos, que o apoiam muito no esporte.

“Primeiro agradeço a Deus por Ele ter me abençoado, dado força e me feito conhecer esse esporte maravilhoso. Agradeço também, como já dito, a minha família por todo o apoio e, claro, ao professor Darlan, que é meu técnico desde que comecei no esporte. Aproveito também para agradecer várias outras pessoas que de uma forma ou de outra, ajudaram-me e ainda ajudam a continuar realizando meus sonhos.”

Viver durante a pandemia da Covid-19 tem sido grande empecilho para muitos no dia a dia, no entanto Eliseu conta que seus treinos continuaram, mesmo em casa.

“A Pandemia atrapalhou todo mundo. No meu caso, como tenho uma quadra oficial de bocha em casa, isso não atrapalhou meus treinos, pois continuo a treinar normalmente todos os dias. Apesar do distanciamento, a Internet também ajudou nas reuniões on-line com o clube e com a Seleção Brasileira”.

E o que os brasileiros podem esperar do Eliseu nos Jogos Paralímpicos em Tóquio?

“Podem esperar um Eliseu determinado, guerreiro que dará o seu melhor para conseguir alcançar os objetivos honrando a bocha e o povo brasileiro”.

Edwaldo Costa possui pós-doutorado pela ECA-USP e atualmente é jornalista do Centro de Comunicação Social da Marinha do Brasil