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Jady Malavazzi é esperança de medalha paralímpica no handbike em Tóquio

Por Edwaldo Costa

Os Jogos Olímpicos terminaram no domingo (8), para dar espaço aos Jogos Paralímpicos, que começam ainda este mês. Aos poucos, a delegação brasileira segue para o Japão.

Neste fim de semana, dia 22 de agosto, uma de nossas grandes esperanças de medalha embarca: Jady Martins Malavazzi. A atleta, nascida em 07 de setembro de 1994, em Jandaia do Sul-PR, é campeã de ciclismo/handbike (bicicleta impulsionada pelos braços) e, atualmente, mora e treina em Brasília-DF.

Durante a Pandemia da COVID-19, Jady conta que passou por um tratamento de saúde e redobrou a atenção para não contrair o vírus. “Tive uma infecção grave e interrompi meus treinos em 2020. Foi um momento de apreensão. Foi muito desafiador, não somente por causa da pandemia, como também pelo o que eu vinha passando”.

Aluna do curso de Gestão Financeira, chegou a estudar Arquitetura e Urbanismo por três anos, porém, por causa da Paralimpíada do Rio 2016, acabou trancando a faculdade para se dedicar ao handbike.

A ciclista comenta que entre as principais conquistas estão as duas medalhas de bronze recebidas no Campeonato Mundial de Paraciclismo 2018, em Maniago, na Itália. Ela participou da prova de contrarrelógio, na qual percorreu a distância de 13,6 km e da prova de resistência na estrada, que tinha um percurso de 54,4 km. Nas provas, a atleta alcançou o 3º lugar enquanto disputava com mais 13 ciclistas. Essa foi a primeira vez que uma brasileira subiu ao pódio na competição.

A paranaense de 26 anos, que perdeu o movimento das pernas aos 13 anos após sofrer um acidente de carro, disse ainda, que um dos momentos mais emocionantes de sua carreira foi a largada nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, com familiares e amigos torcendo por ela.

Nas Paraolímpiadas de Tóquio, Jady comenta que o sonho é largar e conquistar uma medalha, por isso, vai dar o melhor de si. “A minha categoria é a H-3, mas nos jogos eles agrupam classes. Então, especificamente em Tóquio, eu vou competir com H-1, 2 e 3 na prova de contrarrelógio e na prova de estrada H-1, 2, 3 e 4. Como na maioria das modalidades paralímpicas, temos classe funcionais dependendo da deficiência do atleta, na categoria handbike nós temos 5 classes de H-1 até H-5, sendo H-1 os mais comprometidos e H-5 os menos.”

QUERO SAIR DA COMPETIÇÃO FELIZ. SOU A PESSOA A QUAL ESTÁ EM AÇÃO NA HORA DA PROVA, MAS SEI QUE POR TRÁS TEM MUITA GENTE QUE ME AJUDOU A ESTAR AQUI.

Jady conta com gratidão que tem um grande apoio da Mackenzie, do Programa Bolsa Atleta do Governo Federal, do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), da Seleção Brasileira, do técnico de basquete Tiago Gorgatti, do atleta Fernando Aranha, além de sua mãe que a presenteou com uma handbike.

“A minha equipe multidisciplinar é sensacional, além disso tem a minha mãe, que não mediu esforços para me manter no esporte quando eu não tinha apoiadores”.

Por fim, o que os brasileiros podem esperar de Jady Malavazzi a partir do dia 25?

“Como disse, com certeza o sonho é a medalha, mas independente do resultado, eu vou dar o meu melhor, pois quero sair de lá feliz com o que eu fiz. Diante de tudo o que passei no último ano, a minha maior conquista é poder largar nessas provas”.

Edwaldo Costa possui pós-doutorado pela ECA-USP e atualmente é jornalista do Centro de Comunicação Social da Marinha do Brasil