COLUNA DO MEIO

Filme sobre a família Williams é uma bandeira pela educação

O filme King Richard – criando campeãs (EUA, 2021), do diretor Reinaldo Marcus Green, retrata a história do pai das irmãs e estrelas do tênis, Venus e Serena Williams. Fiquei emocionado ao assistir a produção norte-americana, justamente porque foi inevitável a comparação com a criação que recebi em minha casa. Além do mais, o roteiro inspira e espelha diversos lares ao redor do mundo.

Minha mãe Maria Aparecida, a Dona Cidinha, foi uma mulher que lutou por um futuro digno. Assim como a família Williams e, particularmente Mr. Richard, o plano era educar os filhos e, por isso, ela não mediu esforços para cursarmos a faculdade. A meta era conquistar uma profissão e manter a dignidade por meio do trabalho.

Ela era realmente diferente, pois vibrava com as  conquistas alheias, não importava se fosse um emprego, um filho ou mesmo um bem material. Mantinha o foco naquilo que havia planejado, tanto que dizia: “existem três segredos para atingir seus objetivos: estudar, estudar e estudar”.

Os resultados viriam depois de muito esforço. Da mesma forma que as minhas irmãs Christiane e Hellen, estudei com afinco para superar as minhas limitações. Ela estava sempre ao nosso lado, nos apoiando com palavras e atitudes. Diante das derrotas, sussurrava: “vai filho, não desista”. Já perante as vitórias, revelava: “é apenas o início”.

Com o apoio dos meus pais, superamos os medos e os obstáculos se tornaram menos dolorosos. Aprendemos a correr atrás das oportunidades, sem receio da concorrência ou do resultado. Como ainda diz meu pai: “Dê o melhor de si… E siga tranquilo”. Hoje sou professor aqui na USP e digo com orgulho,  e em lágrimas, que o MEU APRENDIZADO É SINÔNIMO DE LIBERDADE.