TORCEDORES QUE PRETENDEM IR À COPA DO MUNDO DO CATAR SE ORGANIZAM EM GRUPO DE WHATSAPP
Acompanhar uma Copa do Mundo nunca foi uma tarefa das mais simples, ainda mais quando o evento vai acontecer em outro continente, numa sociedade conservadora e com costumes bem diferentes dos nossos.
Entre as estratégias relatadas pelos torcedores, para facilitar a viagem, está a troca de informações pelo grupo de WhatsApp “Qatar 2022 (https://chat.whatsapp.com/JqL9GoJKjU08Xlu4ctoJ8p)”.
O servidor público Fábio Lacerda, 31 anos, explica que criou o grupo em 2018 para orientar e unir os brasileiros que iriam para a Copa do Mundo na Rússia e, como deu certo, o grupo se atualizou com a chegada da Copa de 2022.
“Todos os membros são apaixonados por futebol. Até parece arquibancada de estádio: entre mensagens e memes, torcedores de vários países discutem sobre os valores das passagens, da hospedagem, do processo de compra de ingressos, dos times que estão lutando para se classificar, das estrelas que poderão não disputar a Copa, do conflito entre Rússia e Ucrânia, entre outros”, explica Fábio Lacerda.
Fábio comenta, ainda, que essa deve ser a Copa mais cara para os torcedores e que alguns membros do grupo estão bem desanimados por causa dos valores que estão sendo cobrados. Mas, quanto à expectativa na Seleção, conta que acredita muito na conquista do hexacampeonato”.
O advogado Antonio Carlos Velloso Vieira Marcondes, 59 anos, que também participa do grupo, reside em Londrina-PR e está fazendo cotações. Ele acredita que o custo para ficar dez dias em Doha e assistir à abertura da Copa deve girar em torno de 4 mil dólares. Na avaliação do advogado, por causa da distância, não vale a pena ficar poucos dias. “Quem for, precisa aproveitar para conhecer a capital do Catar. A cidade é dominada por prédios modernos e iluminados”.
Segundo o embaixador do Brasil em Catar, Luiz Alberto Figueiredo o país peninsular árabe cuja paisagem abrange um deserto árido e um longo litoral no Golfo Pérsico (Árabe) repleto de praias e dunas é acolhedor, mas existem divergências culturais, principalmente no que se refere à torcida do futebol. “Por exemplo, aqui não se bebe na rua. A bebida é franqueada apenas nos hotéis, declarou.
Mas, afinal, quais são as restrições e dicas sobre agir em um país mais “conservador”?
No site do Itamaraty, há algumas recomendações para brasileiros que visitarão o Catar. O Órgão aponta ainda, que “deve-se evitar o uso de camisetas, decotes acentuados, miniblusas, minissaias, shorts e afins”. O Itamaraty alerta que “desobediência aos valores islâmicos […] e qualquer crítica pública ao Governo do país podem gerar deportação e, mesmo, prisão”.
Mostrar o dedo do meio ou qualquer tipo de ofensa em público deve ser evitado para não ofender os árabes. Também é necessário evitar demonstrações públicas de afeto entre casais, em especial beijos e outras demonstrações naturais no Brasil, pois é totalmente inadequado para a cultura árabe.
É proibido tirar fotos e filmar prédios públicos. Agentes policiais estão atentos para solicitar a turistas que interrompam vídeos e outros registros. Também é recomendado não tirar fotos nem filmar a população local, principalmente o rosto das mulheres, que se mostram incomodadas com este tipo de ato. É comum que muitas mulheres árabes evitem qualquer contato verbal ou físico com homens – e é fundamental que isso seja respeitado pelos visitantes.
SOBRE AS BEBIDAS ALCOÓLICAS: uma grande dúvida para a maioria dos torcedores é se poderão consumir álcool durante o evento. Oficialmente, é proibido o consumo em público para evitar constrangimentos. No entanto, o Catar abriu uma exceção para os hotéis venderem bebidas alcoólicas para os visitantes, mas por um preço um pouco acima do comum e de forma que seja mais privado. Nos locais em que ocorrerão os jogos, até o momento só será permitido o consumo nos camarotes dos estádios, para os torcedores com ingressos de “hospitalidade”. A informação foi divulgada pela empresa MATCH, responsável pelos pacotes de hospitalidade da Fifa.
A Fifa ainda não se pronunciou sobre qualquer decisão a respeito do consumo de bebidas alcoólicas por parte de torcedores com ingressos normais para os jogos da Copa.