Escreva
“Conte boas histórias”, disse o professor Ossamu Nonaka (Shoni) quando eu apresentei a primeira versão do meu projeto de Trabalho de Conclusão do Curso de Comunicação Social em Jornalismo na Universidade Estadual de Londrina (UEL).
Vivíamos o início dos anos 1990, com as caras pintadas em busca de um caminho coletivo.
A minha proposta misturava trechos de músicas de Cazuza com as partidas memoráveis dos times comandados por Telê Santana. Assim como o cantor, eu “vi um museu de grandes novidades” e, assim como o técnico, eu procurei a “arte” onde só tinha “futebol”.
Achei que o texto estava ruim e, para minha surpresa, o professor gostou e até recebi um elogio inesperado.
Anos depois, em um dos nossos longos bate-papos, o meu amigo Armando dos Prazeres relatou uma passagem que explica a avaliação do professor Shoni: “Ao chegar em sala de aula, um aluno me perguntou se o texto que ele havia escrito era prosa ou poesia. Logo respondi: apenas escreva”.