ESPÍRITO ESPORTIVO

Nem guerra, nem revolução. Só a pandemia parou a Corrida de São Silvestre

Neste dia 31 a tradição da Corrida Internacional de São Silvestre continuará a ser honrada com a realização da 97ª edição. Nem mesmo a Revolução Constitucionalista de 1932, que teve os paulistas como protagonistas, ou a Segunda Guerra Mundial impediram a realização da prova.

Apenas durante o ano de 2020, por causa da pandemia provocada pelo coronavírus, os atletas ficaram impedidos de participar da corrida que foi cancelada.

A prova era permitida apenas para homens, mas a partir de 1975 as mulheres puderam se inscrever. A primeira campeã foi a alemã-ocidental Christa Vahlensieck, que também venceu no ano seguinte.

A primeira brasileira a conquistar a vitória na São Silvestre foi Carmem de Oliveira, em 1995, vinte anos após a estreia feminina na prova.

No mesmo ano a Organização das Nações Unidas instituiu o Ano Internacional da Mulher o que, para a organização pareceu uma ótima oportunidade para trazer o público feminino.

Os indígenas participaram da corrida pela primeira vez em 1964. Pessoas portadoras de deficiência também podem se inscrever pois há largadas específicas para esses atletas.

Em 1967 o governador do estado de São Paulo, Roberto Costa de Abreu Sodré, assinou decreto que oficializou a prova como Corrida Internacional de São Silvestre. A medida incentivou o turismo no estado.

A partir dessa data os brasileiros não venceram a prova por 34 anos. Quem quebrou o triste recorde foi o atleta do São Paulo Futebol Clube, José João da Silva, em 1980.

A prova sempre foi realizada no período noturno até 1989, quando as mulheres passaram a largar às 15h e o homens às 17h. Hoje em dia a prova começa no período da manhã, a partir das 7h25.

Desde 1991 o percurso tem 15 quilômetros e, a partir dessa data, a prova integrou o calendário oficial de corrida de rua da Associação Internacional das Federações de Atletismo.

Os últimos vencedores da São Silvestre (2021) foram o etíope Belay Bezabh e a queniana Sandrafelis Chebet. A brasileira Jenifer do Nascimento ficou na terceira colocação e Daniel Nascimento foi o segundo na categoria masculina.

A atleta portuguesa Rosa Mota venceu a São Silvestre por seis vezes, marca ainda não alcançada. (fonte: Flickr.com)

 

Maiores vencedores desde a 1ª edição:

Rosa Maria Correia dos Santos Mota (Portugal – 6 vezes (1981-1986));

Paul Tergat (Quênia – 5 vezes (1995-96 e 1998-2000));

Gaston Roelants (Bélgica – 4 vezes (1964-65, 1967 e 1968));

Víctor Mora (Colômbia – 4 vezes (1972-73, 1975 e 1981));

Rolando Vera (Equador – 4 vezes (1986-1989));

Brasileiros (as):

Nestor Gomes (Brasil – 3 vezes (1932-33 e 1935));

Joaquim Gonçalves da Silva (Brasil – 3 vezes (1942-1944));

Marílson Gomes dos Santos (Brasil – 3 vezes (2003, 2005 e 2010)).

Carmem de Oliveira (primeira brasileira a vencer a prova em 1995).

Conheça mais:

BBC NEWS BRASIL. Quem foi São Silvestre, o 1º papa do cristianismo ‘legalizado’ – e não tinha nada a ver com corrida. (2021). Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-59806203. Acesso em: 10 dez. 2022.

Flickr.com. Foto Rosa Mota. https://www.flickr.com/photos/143135875@N03/27716657850. Acesso em:  10 dez. 2022.

GAZETA ESPORTIVA. São Silvestre. História. (2022). Disponível em: https://www.gazetaesportiva.com/sao-silvestre/historia/. Acesso em: 10 dez. 2022.

HISTORY CHANNEL BRASIL. Realizada a primeira edição da corrida de São Silvestre (2019). Disponível em: https://history.uol.com.br/hoje-na-historia/realizada-primeira-edicao-da-corrida-de-sao-silvestre. Acesso em: 10 dez. 2022.

NITRINI, Dácio. Cásper Líbero: jornalista que fez escola. São Paulo: Terceiro Nome, 2019.

MARCELO CARDOSO é jornalista, biógrafo, professor universitário e produtor de podcast. Pesquisa o jornalismo em suas várias interfaces com o esporte. Contatos:

 

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