COLUNA DO MEIO

Meu último jogo de futebol

1995 seria meu último semestre como aluno do curso de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, na Universidade Estadual de Londrina. Sendo assim, as despedidas já faziam parte do cotidiano da turma e, além disso, convivíamos com um misto de incertezas e sonhos sobre o futuro na profissão.

Eis que estava no pequeno apartamento alugado no Edifício Bastistella e Policastro quando o meu amigo e vizinho Bruno Berbel chega com uma proposta para lá de tentadora.

Bruno também estava para se formar em Agronomia e, como parte das comemorações, haveria um jogo de futebol de campo como despedida.

Os veteranos da Agro estavam precisando de um zagueiro para jogar contra o time dos calouros. Topei o convite pensando que a partida não passaria de uma pelada com churrasco e cerveja.

Quando cheguei ao local marcado, eu me deparei com um amistoso sério, ou seja, com torcida, times uniformizados, árbitros, reza, um pouco de rivalidade e outras componentes de uma partida de futebol.

Eu estava inspirado naquele dia. Joguei muita bola. Antecipava quase todos os lances e fiz até dois gols, sendo um de cabeça e outro da entrada da grande área. Ganhamos de goleada e recebi elogios durante as celebrações.

Nunca fui um grande jogador, mas era esforçado quando me incumbiam de uma missão.

Como diz o ditado popular: “Deus sabe o que faz’. Afinal, aquela foi minha última partida de futebol de campo. Agora, atuo em minhas memórias como o craque que um dia sonhei em ser.

* Luciano Maluly é professor na ECA-USP