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Após jogar por mais de 20 anos, ex-jogadora de vôlei ainda sente as sequelas de seus anos áureos

“Foram os melhores anos da minha vida, não me arrependo de nada, mas ainda sinto que deveria ter treinado menos” diz brincando.

Patrícia Peres, executiva em uma grande empresa farmacêutica, mãe de dois filhos e ex-alteta. Jogou vôlei durante 23 anos de sua vida. Foi federada na época de colégio e foi uma das principais jogadoras nos seus anos de faculdade no interior do Rio de Janeiro. E em entrevista afirma que ainda sente sequelas daqueles anos. Dores e dificuldades no movimento ainda a atormentam

Após mostrar suas cicatrizes no joelho, Joaninha, como era conhecida na faculdade, afirma: “Foram, com certeza, os melhores anos da minha vida, não me arrependo de nada, mas ainda sinto que deveria ter treinado menos, com menos intensidade”.

Um dos momentos mais vitoriosos para ela foi quando, na época de faculdade, durante as disputas do campeonato mais importante da cidade, ela se machucou. Foi vetada de dois jogos, mas no último, na final, conseguiu jogar e o time se consagrou campeão do campeonato, conta Patrícia mostrando seu arrepio.

aquelediafuitratadacomoraihaFoto: Arquivo pessoal

“Aquele dia fui tratada como rainha”

Pergunto a ela o que a fez parar de jogar. Ela responde com um sorriso no rosto e mostrando seus dois filhos. “Ser mãe, trabalhar e ser velha não é fácil”, diz brincando. O tempo não era suficiente nem para ela, nem para quem a acompanhava nos jogos. Diz que ainda jogou por alguns anos depois que se formou, mas passou a ficar menos frequente, até parar definitivamente. Porém, ainda acompanha os jogou tanto profissionais quanto universitários.

Durante a entrevista, mostra fotos e lembra do ano em que se formou. “Foi um momento muito difícil, senti que estava abandonado as meninas [do time]”

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Foto: Arquivo pessoal

Seus maiores ídolos eram a Jaqueline, Regina Uchoa, Vera Mossa e Izabel do time dos Jogos Olímpicos de Los Angeles de 1984.

Ainda faz críticas aos campeonatos, tanto profissionais quanto os universitários. “A falta de divulgação nos campeonatos profissionais, apenas dando importância aos times quando saem vitoriosos é uma evidência do menosprezo que se dá às modalidades fora o futebol”. Sobre os campeonatos universitários, ela se estendeu. Compara com os jogos universitários dos Estados Unidos, e diz que falta um investimento e uma profissionalização dos campeonatos. Os americanos conseguem fazer dos seus jogos um espetáculo que são até televisionados para fora do pais. Ela afirma, que isso seria impossível no Brasil, por conta da falta de motivação, infraestrutura e do fato do sub-20 brasileiro ser nas periferias e nos Estados Unidos ser na própria faculdade.

Para finalizar a entrevista, ela mostra as fotos das colegas de time e diz que ainda faz encontros anuais e que até hoje se diverte muito contando histórias da época.

(por Vincent van Overeem)