Brasil! Campeão Mundial de Basquete Feminino: os 30 anos do título mais importante da modalidade
O dia era 12 de junho de 1994 e havia pouco mais de um mês que o Brasil perdera na Itália, o seu ídolo Ayrton Senna.
Algumas semanas depois, a seleção brasileira masculina de futebol conquistaria o seu quarto título mundial pela Copa do Mundo Fifa, nos Estados Unidos (EUA).
Longe dos dois continentes, na Austrália, exatamente há trinta anos, a seleção brasileira feminina de basquete vencia a China por 96 a 87 e se sagraria campeã mundial.
O planeta da “bola laranja” era amplamente dominado pelas equipes da extinta União Soviética e dos EUA que, juntas, venceram onze vezes.
Até hoje o título brasileiro continua inédito por aqui (e fica o desafio para as futuras gerações).
O Brasil celebra o título com jogadoras de 1994
Ao longo dos últimos dias ocorreram comemorações para relembrar a importante data para o esporte do país e uma delas reuniu, no domingo (09), parte daquele time vencedor.
O Sesc Consolação, na região central de São Paulo, realizou o jogo entre a seleção brasileira de 1994 e a seleção brasileira master de basquete feminino.
O time que representava as campeãs mundiais teve a participação de “Magic Paula”, Alessandra Oliveira, Roseli do Carmo, Helen Luz e Simone Pontello.
O técnico que escalou o time foi Miguel Angelo da Luz, o mesmo que comandou a equipe naquele campeonato.
O combinado com as jogadoras era para atuarem apenas no primeiro quarto, mas o profissionalismo e a empolgação por estarem juntas, novamente, as fez ficar em quadra metade da partida.
O ginásio do Sesc lotou, teve olla e gritos de torcida que, após a homenagem na metade do jogo, formou fila para pegar autógrafos e tirar fotos com as campeãs e o treinador.
Depois do jogo a capitã Paula destacou a importância da prática esportiva para todos e relembrou das dificuldades do time quando o técnico Miguel Angelo foi escalado para comandar a equipe.
Na época, o treinador tinha pouca experiência internacional e comandava equipes do Rio de Janeiro, mas quem mandava no basquete feminino no Brasil era o estado de São Paulo.
A atleta afirmou que, após as primeiras impressões, todas acolheram o treinador e, aos poucos, descobriram suas qualidades.
“Miguel teve muita humildade. Os líderes não podem ter medo de suas fragilidades. O grande líder é aquele que apoia, se junta, dialoga, que nos dá direção”, ressaltou.
Paula também deixou uma mensagem positiva para todas as mulheres: “Acreditem nos seus sonhos”, fazendo referência ao fato de que a geração dela demorou 15 anos para conquistar o primeiro título sul-americano.
* Marcelo Cardoso é escritor, professor e jornalista.
OBS: colaborou Luciano Maluly.
FOTOS: Andréia Beltrão – SESC-SP