COLUNA DO MEIO

Marta, Oscar e a camisa 10 da seleção

As seleções brasileiras masculina e feminina passam por uma transição nos comandos com a presença dos técnicos Dorival Júnior e Arthur Elias, respectivamente.

A esperança é de que os treinadores não demorem a reencontrar um estilo de jogo que se aproxime do futebol-arte. Para isso, a tática a ser implantada precisa ser dominante, com as equipes permanecendo o maior tempo possível com a posse de bola e jogando no campo do adversário, sem esquecer de que “a melhor defesa é o ataque”.

O goleiro é uma figura fundamental porque “jogará com as mãos”, sem perder tempo com a atual e demoradas saídas de bola. Além disso, a camisa 10 é a figura de equilíbrio, que garantirá as vitórias em momentos decisivos.

A seleção feminina tem Marta, que está próxima da aposentadoria. A relevância dela dentro e fora campo faz a diferença, como observamos na recente conquista da terceira medalha de prata olímpica.

Uma das missões da nova comissão técnica é convencer a jogadora a permanecer até a próxima Copa do Mundo, que será realizar no Brasil, em 2027. Com isso, a comissão técnica ganhará um tempo a mais para montar uma equipe vencedora, assim como encontrar novas líderes.

Já a seleção masculina procura um camisa 10 faz tempo. Dois jogadores são candidatos, Vinny Júnior e Neymar. Todavia, o rendimento deles é superior quando exercem outras funções em campo.

Ao pesquisar os jogadores experientes ainda em atividade, surgiu o nome de Oscar, atualmente jogando na China, mas com notícias de que deseja retornar ao Brasil. O meia foi esquecido após a derrota de sete a um para Alemanha na Copa do Mundo de 2014, quando anotou o gol de honra do escrete canarinho.

Dorival é esperto e logo perceberá que uma campanha ruim (como a da última Copa América) vale também como aprendizado para futuras competições, especialmente as eliminatórias para a próxima Copa do Mundo.

A seleção norte-americana de basquete de basquete masculino convocou seus veteranos para reerguer o Dream Time e conquistar o outro nas Olimpíadas de Paris. Então, por que não fazer o mesmo e recuperar a força da camisa amarela tão desgastada pelo mau uso dentro e fora das quatro linhas?

Uma dica: assistir o filme Maldito Futebol Clube (Tom Hooper, 2009), que conta a história do inglês Brian Clough, considerado o Telê Santana do futebol inglês.

* Luciano Victor Barros Maluly é professor de jornalismo esportivo na ECA-USP.