Artigos

Um pouco mais sobre Polo Aquático

Julia Moreira Do Val

 

Modalidade: polo aquático.

Onde se pratica: piscina com profundidade de 2m.

Objetivo: jogar; a bola dentro da baliza adversária, defendido pelo guarda-redes.

Tempo de jogo: não há limite de tempo mas as equips tem que executar suas jogadas em 30 segundos.

Origem: britânica.

 

Por ser um esporte de dificil acesso na sociedade brasileira, a entrevista tem como proposito desfazer mitos sobre a modalidade para torna-la cada vez mais democrática. Assim, a entrevistada é uma ex-atleta federada pela CBDA que hoje, vive como qualquer jovem: estuda, sai com os amigos mas carrega consigo o aprendizado e a vivência de ter sido uma atleta de alto rendimento do Clube Paineras.

 

Dados da entrevistada:

Nome: Heloisa Do Santos Valente

Apelido no polo: Lolo

Idade: 22 anos

Data de Nacimento: 30.10.1995

Heloisa prestes a iniciar um jogo.

Foto tirada por: Denise Valente (mãe da atleta)

Entrevista:

BJE: Como e quando se deu seu primeiro contato com o esporte?

Heloisa Valente: Meu primeiro contato com o polo foi na barriga da minha mãe, tendo em vista que ela jogava e foi integrante da primeira seleção brasileira feminina de polo, então minha infância foi na beira piscina assistindo a treinos. Mas só comecei a treinar com 14 no time da minha escola (Colégio Santo Américo).

 

BJE: Quais benefícios a rotina que o esporte exige trouxe para seu desenvolvimento pessoal e social?

Heloisa Valente: No meu ponto de vista esporte é disciplina, ter uma rotina bem delimitada com horários de treinos, (uma palavra que não entendi), dieta balanceada. Você começa a ter que otimizar o tempo e fazer as coisas com mais qualidade e concentrada, me ajudou muito nos estudos. Além da disciplina e do foco, a competitividade desde cedo comecei a perceber que apesar de tentar ser a melhor, deveria fazer isso de modo justo e envolvendo pessoas a minha volta. Como o polo é um esporte pouco desenvolvido no pais, todos se conhecem e de, de fato, fiz muitas amizades que permaneceram ate hoje. Além disso, percebi que melhorei minha comunicação e a forma com a qual eu lidava com a pressão e atenção.

BJE: Porque você acha que o polo aquático é menosprezado pela mídia em comparação futebol?

Heloisa Valente: No meu ponto de vista, isso ocorre pela dificuldade do contato com o esporte e pela própria dificuldade do esporte. O polo exige piscina com profundidade de 2m, traves, bolas e toucas, além disso foi considerado o esporte que mais exige físico tendo em vista que além de nadar e “chutar” para o gol pelo fato de não dar pé o atleta deve fazer perna alternada o jogo inteiro, o que demanda muito isso sem contar o que ocorre debaixo d’agua, sem que o juiz veja

BJE: Existe algum aspecto do esporte presente na sua vida hoje? Qual?

Heloisa Valente: O polo esta presente em minha vida em quase todos os aspectos (I) na família, tendo em vista que minha mãe jogava; (II) amizades, muitos dos meus amigos são da época em que eu jogava; (III) disciplina e foco, ainda tenho uma rotina cronometrada e sigo a risca meu planejamento; (IV) meu biótipo, apesar de ter parado continuo quase com o mesmo corpo e; (V) como qualquer outro esporte ainda tenho muita vontade de sempre ser a melhor

BJE: Dê um conselho pra quem quer praticar polo.

Heloisa Valente: Para aqueles que querem se dedicar ao esporte eu deixo os seguintes pontos:

  • O polo é infelizmente um esporte politico cheio de esquemas, corrupção (vide esquema CBDA). Independente do que ocorrer, não desista e não duvide de si mesmo, continue treinando;
  • No começo é difícil desgastante, demanda tempo, mas devido a pouca quantidade de time a chance de destaque é muito grande, não desista;
  • Faça muitos amigos, porque são essas pessoas que no final ficarão ao seu lado, mesmo se você parar de chorar;
  • Treine, treine, treine, mas estabeleça seu limite;
  • O polo pode abrir portar em outros países como fazer um college, ou ate mesmo um intercambio, por isso a importância de se fazer amigos e contatos no meio;
  • Para as meninas, polo já é um esporte pouco conhecido, mas para as mulheres a situação é ainda mais complicada com menos verba e incentivo. Apesar da dificuldade, não desista e lute para reverter a situação e expor os problemas para todos.

 

Email para sugestões: julia.val@usp.br