Juninho Fuscas: vida e paixão por carros antigos e Piraju
Por Luísa Hirata
Conhecido pelos fuscas que vende com muita dedicação, Juninho vive feliz em Piraju com a esposa Rafaela e os filhos Priscila, Liz, Maria, Rafael e Luiza, esta filha de consideração. Além da paixão pelos carros antigos da Volkswagen, ele obteve uma ótima posição no mercado imobiliário em São Paulo, onde passou grande parte da vida. Enfrentou, contudo, muitos anos de “compulsão”, como ele chama. Desse período difícil, ele tirou lições importantes.
Lahyr Rocha dos Santos Junior, mais conhecido como Juninho, nasceu em Piraju em 1969, e, com pouco mais de três meses, a família se mudou para São Paulo, quando o pai, Lahyr Rocha dos Santos, delegado de polícia, foi transferido.
No início, Juninho trabalhou como officeboy na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e depois passou muitos anos no comércio, sendo gerente de lojas de shopping center e, principalmente, corretor de imóveis. O interesse pela área imobiliária nasceu do grande desejo que muitas pessoas têm ao longo de suas vidas — a conquista da casa própria. “Vou me especializar em sonhos.”
Familiar com o bairro onde morava, amigo de todas as ruas, foi convidado para ser corretor pela gerente Patricia Varoli, em 2000. Em seu primeiro ano, Juninho conseguiu vender muitos imóveis na região do parque do Ibirapuera, e, até hoje, mantém a parceria com Patricia.
Piraju: fuscas e qualidade de vida
Aos 45, quando o pai faleceu, Juninho mudou-se definitivamente para Piraju, um desejo latente desde a época da adolescência. “Por que levar uma vida em São Paulo sem família? São Paulo satura. Decidi mudar de vida radicalmente, em vez de ficar nessa loucura.”
Juninho considera São Paulo uma “terra sem raiz” devido ao enfraquecimento dos laços familiares e da relação com a vizinhança em meio à vida corrida e concorrida das grandes metrópoles. Tanto é que, em Piraju, construiu sua casa no terreno de sua avó, Emília Ramos Alves, a Dona Miloca, uma das mais conhecidas comerciantes da cidade. “Vim morar no lugar onde nasci.”
Dona Miloca e família, em Piraju 
Juninho no terreno de Dona Miloca
Para ele, conhecer toda a comunidade e manter essas relações é “impagável”. Por exemplo, Juninho hoje trabalha com o mecânico Márcio Yamaguchi, cujo pai, Tugio Yamaguchi, foi mecânico do pai dele.
Outro fator que pesou em sua decisão de mudança é o estresse e o medo da violência que muitos brasileiros enfrentam diariamente nas grandes cidades. “Qualidade de vida custa caro para mim. É a maior riqueza.” Em Piraju, ele tem uma casa de campo grande, na beira do rio, e amplo acesso à natureza.
Para obter renda na cidade, Juninho começou a vender seis fuscas, inicialmente sem grandes expectativas, para amigos. Com a divulgação, o negócio cresceu. Hoje, ele tem clientes no Brasil e na Europa. “Faço [o serviço] com muito carinho e cuidado pelo cliente desde sempre.”
Juninho se orgulha de manter uma pequena cadeia de geração de renda para os pirajuenses por meio desse negócio, empregando desde o momento da compra do automóvel e das autopeças aos prestadores de serviço — funileiros, pintores, mecânicos, eletricistas e tapeceiros.
Não só isso. “Não consigo ficar parado.” Ele também faz seguro de carros, fornece autopeças, encomendando para quem precisa, e distribui semijoias e prata na região, fornecendo-as para revendedores.
Outra contribuição de Juninho a Piraju é a instalação de uma unidade dos Narcóticos Anônimos, com a devida autorização do Grupo Mundial, sediado nos Estados Unidos, para suprir a carência de atendimento aos dependentes químicos na cidade. “Temos que dar de graça o que recebemos de graça”, diz ele sobre a ajuda que ele próprio recebeu para se recuperar de sua compulsão, anos antes.
Mensagem
Juninho agradece Piraju especialmente pela união da comunidade na cidade. “Ninguém vive sozinho. Uma pessoa soma à outra para construir algo melhor.” Ele advoga pelo respeito e preocupação com o próximo, para promover o bem-estar coletivo e evitar problemas sociais. “Gentileza e honestidade geram gentileza e honestidade.”
Juninho pede que a avaliação do advogado, político e diplomata Rui Barbosa sobre o início da República no Brasil, proferida em um discurso ao Senado Federal, em 1914, não se concretize.
De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto
Rui Barbosa
“Vamos plantar a semente de coisas legais todos os dias”, independentemente da sua profissão.
“Vim para Piraju para plantar, deixar histórias. Minha avó dizia que ‘quem não vive para servir não serve para viver’”, finaliza Juninho.
Luísa Hirata é repórter e bolsista do projeto “Registro da Memória e do Turismo na Estância Turística de Piraju: desenvolvimento das habilidades comunicacionais no ensino fundamental I e II” do Programa USP MUNICÍPIOS
Na história se esqueceram de citar minha mãe querida ! Edith Alves rocha dos santos! Só para lembrar! Ela foi uma pessoa a qual ajudou muito Piraju após ir jovem e com 3 filhos para São Paulo,trabalhando lá então no governo até se aposentar e falecer precocemente devido a um câncer com 64 anos ! Gostaria de citar que sou o que sou devido a incansável luta de ensinamentos dos meus pais e principalmente a esperança da minha querida mãe! Abraços a todos!
Dedico esse texto a MINHA ESPOSA @rafaelavalerio a qual na verdade me apoia em tudo ,acredita e na verdade é ela quem me dá centro ! Sem ela hj nada estaria dessa forma maravilhosa! Te amo minha vida!
Ele é uma figura! Carinhoso, alegre, alto astral! Tem mto da avó e da mãe! Excelente homenagem:
Ameiiiii a entrevista que foi feita com um menino maravilhoso como marido,pai, amigo o qual sempre pensou no próximo do que ele próprio estar presente sempre quando alguém precisa o qual tive o prazer de ter trabalhado na sua casa por 18 anos e mais ainda sendo sua babá tenho muito orgulho e gratidão por sua família o qual eu os amo muito filho de Piraju nasceu e reside obrigada Júnior