Caminhos para a educação ambiental em Piraju
Projetos de conscientização no município ajudam na preservação de seu patrimônio natural, tão importante para a estância turística
por Maria Laura López
Atravessada pelo Rio Paranapanema, a cidade de Piraju tem grande parte de sua economia, cultura e lazer relacionados a esse recurso natural. Por isso, a preservação ambiental sempre foi um assunto de grande importância para o município, sendo trabalhado tanto nas escolas quanto nos bairros em ações coordenadas pela prefeitura. A diretora do Departamento de Agricultura, Meio Ambiente e Defesa Animal, Natalia Latansio de Oliveira, conta como isso começou.
Em 2020, essa programação precisou sofrer alterações devido a impossibilidade de ações presenciais. Eventos como a semana do Rio Paranapanema, que comemora o aniversário do rio no mês de agosto, foram realizados on-line. Mas Natalia explicou que, embora esse modelo atenda parte das famílias, existe um público que ainda fica de fora. Então além da internet, o departamento também focou em propagandas nas rádios da cidade, pensando na acessibilidade dessas informações.
“O público mais humilde, os ribeirões e as pessoas que moram longe do centro da cidade acabam não tendo acesso à internet sempre. Anteriormente nós fazíamos ações bairro a bairro, mas como agora isso não é mais uma possibilidade, as rádios têm nos ajudado a atingir essa parcela da população.”
Segundo Natalia, todo esse planejamento é feito com base nas diretrizes do Município VerdeAzul e do Município Agro, programas do governo do estado de São Paulo que incentivam a conscientização ambiental e o desenvolvimento sustentável. A parte de defesa animal, embora seja mais recente, também está sendo trabalhada pelo departamento, inclusive o próximo evento realizado por eles será a semana da defesa animal, também com ações via internet e rádio.
Apesar de todas essas ações, o Departamento de Meio Ambiente, Agricultura e Defesa Animal de Piraju tem encontrado uma dificuldade em promover a educação ambiental que ultrapassa os limites impostos pela pandemia do novo coronavírus. E para a diretora, isso está muito ligado ao momento que o debate ecológico vive no âmbito nacional. Com a divergência das informações entre governos municipal, estadual e federal, a população fica em dúvida sobre em quem acreditar.
“Dependendo apenas dessas atividades à distância, não estamos conseguindo atingir realmente toda a população, e ao mesmo tempo ela tem informações muito contraditórias. É um trabalho que enquanto a gente vai construindo, ele vai sendo desconstruído por outro lado. Do ano passado para cá, a gente já conseguiu notar uma piora na qualidade da água do rio, por exemplo.”
Natalia também lembrou os últimos projetos do departamento, em especial os que dizem respeito à educação ambiental. E, de acordo com ela, embora a pandemia tenha adiado a programação de 2020, a perspectiva para o ano que vem é positiva, considerando como o debate sobre a qualidade de vida atrelado aos serviços ambientais ganhou destaque nos últimos tempos.