Então explodiu apenas o todo e se criou o tudo

tão termina,
Mas recomeça,
E de onde?
Do fim.

E palavra por palavra,
Se surge uma nova frase,
Uma frase após outra frase,
Um texto é escrito…

De um ponto a outro, a linha.
O carretel se forma
Enquanto tudo está errado.

“A memória é uma ilha de edição.”

E tudo está errado,
Enquanto procuramos o certo desde a primeira frase.
Enquanto procuramos a oração correta.

Nem sabemos por onde começar,
Se é pelo meio
Se é pelos quarenta.
Ou se é pela introdução,
Ou até mesmo iniciar sem saber o que pode vir.

É como ver o texto anterior ao filme.
Ou o filme após o texto.

“A memória é uma ilha de edição”.
Lá estava o moleque que só queria ser moleque.
O sonho que só queria ser sonho.
O desejo que não existia.
A vida no seu maior íntimo.

Hoje, o sonho virou apenas uma ruína.
Pedras sobre pedras e sobre nostalgia.
Você sabia que a saudade existe?
Existe até em outras línguas.

E sem saber que uma simples palavra poderia mudar meu dia a dia.

Muito obrigado, senhor, tenham um bom dia.

Disse ele referindo a nós,
Guerreiros da rotina.

* Pasqualin é escritor e ativista cultural