![Crédito: Circe Bonatelli](ilustras/esportes03.jpg)
Uma vez por semana, o ex-politécnico Carlos sai do trabalho
e vai escalar. “É sagrado, esqueço até o happy
hour ”.
![Crédito: Cecília Bastos](ilustras/esportes04.jpg)
O analista de sistemas Luiz Massonari escala há oito anos.
No indoor, ele se prepara para encarar a rocha.
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![](img_internas/teste.gif)
O
equipamento completo é obrigatório
e garante a segurança do praticante.
Sapatilhas (dão mais aderência
e sensibilidade de tato aos pés),
cadeirinha, mosquetão, corda (para
suporte) e saco de magnésio (diminui
a umidade das mãos) são indispensáveis.
Com R$ 400,00 é possível
comprar todos esses itens. Quem optar por
não gastar tudo isso, pode ir aos
ginásios, onde o equipamento é disponibilizado
para uso nos cursos ou diárias.
Dentro da escalada indoor, há diferentes
opções para subida. Pode-se
escolher as paredes altas, onde o acesso
só é permitido com o equipamento
e auxílio de um amigo que segura
a outra extremidade da corda. Outra opção é as
escalada em superfícies mais baixas
e tortuosas, em que o chão é coberto
por colchões. Crianças a
partir dos 12 anos podem participar. As
contra-indicações valem apenas
para indivíduos com problemas na
articulação, coração,
alto grau de obesidade, ou medo excessivo
de altura.
Filosofia e xadrez
Praticante do esporte há quase
20 anos, Paulo Gil é proprietário
de um dos dois amplos ginásios existentes
em São Paulo. Ele entende a escalada
como uma modalidade ligada à satisfação
em vencer desafios e ao divertimento da
subida, não determinada pela exigência
da superação física. “A
escalada indoor é uma
atividade essencialmente mental. O corpo
só vai atrás”, diz. “E não
tem muito desse lado radical como se fala
por aí. Fazer uma travessia com
alto grau de dificuldade é como
resolver uma equação matemática
ou jogar xadrez. Precisa ter paciência
e atenção.”
O grau de dificuldade é medido
pela inclinação da parede,
que pode ser chamada positiva – inclinada
para frente do praticante – ou negativa – para
trás, chegando a tirar o apoio para
os pés. E também existe o
desafio das vias específicas. Separadas
por cores, as agarras determinam onde é permitido
se segurar, deixando mais fácil
ou difícil o caminho. Isso garante
um vasto leque de oportunidades para uma única
parede.
O ex-aluno da Escola Politécnica,
Paulo Yamaguchi, conta os motivos que o
levam para a escalada. “Primeiro, porque
libera o estresse. Além disso, é um
esporte que me diverte. E ainda tem o círculo
social, a gente faz e encontra vários
amigos.”
O analista de sistemas da Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia
da USP Luiz Eduardo Massonari conheceu
o esporte em 1998. “Tem mesmo essa coisa
de ser uma grande família, mas cada
um procura seu foco – treino, exercício,
diversão, etc. O comum para todos é a
grande experiência corporal e a oportunidade
do auto conhecimento pelo uso da mobilidade,
concentração, centro de gravidade
e relação de confiança.
Depois, a gente percebe que o importante
da viagem não é a chegada,
mas sim o caminho.” |