
“As pessoas estão mais tolerantes às traições, assim
como traem mais em relação ao passado, dado às inúmeras
oportunidades que se apresentam.” Thiago de Almeida, pesquisador do Instituto
de Psicologia
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Em algumas
espécies animais, como casais
de papagaios, a monogamia é determinada
pela genética. Isso definitivamente
não acontece com homens e mulheres. “O
ser humano não está inserido
entre as espécies monogâmicas
que adotam um parceiro para toda a vida. Pode-se
dizer que fomos programados geneticamente para
amar e amar outra vez, se acaso o amor anterior
não nos satisfizer”, afirma o pesquisador
e doutorando do Instituto de Psicologia Thiago
de Almeida. “Intenção, expectativas,
fantasias sexuais e arrependimento (em alguns
casos) são fatores que diferenciam homens
de animais, já que a motivação
para trair é comum para ambos.”
Os motivos
que levam as pessoas a traírem
são complexos e variados, mas os pesquisadores
já chegaram a algumas conclusões. “Estudos
mostram uma conexão entre oportunidade
e infidelidade, ou seja, é provável
que parceiros que têm mais chances
para enganar realmente o façam, em
especial se a probabilidade de o outro descobrir
for pequena”, conta o psicólogo. Estudiosos
identificam o lugar de trabalho e a internet
como as principais zonas de perigo para os
relacionamentos amorosos serem lesados por
uma possível traição. “Confirmei,
em meus trabalhos, que a internet é um
dos grandes rivais para os relacionamentos
amorosos.” “Já traí uma namorada e acho
que, provavelmente, também já fui
traído”, confessa um funcionário
do campus da capital que prefere não
se identificar. “A traição é conseqüência
de um relacionamento que já não
vai bem, enquanto se gosta do outro não
há razão. Mas quando acontece,
apesar de não ser fácil, acho
que é possível levar a relação
adiante.” |