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“Antes, a geração dessas tabelas levava de três e quatro
meses, pois tudo era feito manualmente. Agora, basta apertar um botão”.
Eston Santos
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“Nosso laboratório tem como perspectiva e como meta incentivar que os
estudantes sejam empreendedores. Algumas empresas de alunos já estão
consolidadas.” José Reinaldo Silva
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Professor do Cepê, Edson Baccani lembra da época em
que organizava campeonatos pela Liga das Atléticas, ainda
como estudante: “Era um trabalho muito minucioso, que tomava muito
tempo”.
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Coordenador dos Jogos da Cidade, Fredi Pimentel destaca: “Não
existe melhor meio de tirar criança da rua, de promover
a inclusão social, de dar noções de coletividade,
respeito ao próximo, unidade e trabalho em grupo, que o
esporte”.
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Se você é um
daqueles atletas de fim de semana que adoram viver
a emoção de uma competição,
com certeza já viu como é trabalhosa
a organização de um campeonato com
meia dúzia de equipes e algumas dezenas de
participantes. Inscrever atletas, elaborar tabelas,
providenciar árbitros, alocar jogos, entre
outras coisas, não se faz sozinho, nem de
um dia para o outro.
Imagine agora um campeonato poliesportivo organizado
em nível municipal, com mais de 2 mil equipes
e 32 mil participantes. É essa a realidade dos
Jogos da Cidade, promovidos desde 2003 pela Secretaria
Municipal de Esportes (Seme) da Prefeitura de São
Paulo. Os números acima já dão
uma idéia do tempo e trabalho demandados para
a preparação e manutenção
de um evento dessa magnitude.
No entanto, a partir de 2005, graças a um trabalho
desenvolvido por pesquisadores do Laboratório
de Design (DesignLab) do Departamento de Engenharia
Mecatrônica da Escola Politécnica, os
organizadores dos jogos passaram a ter em mãos
uma ferramenta que agilizou muito todo esse processo.
Trata-se do software eCampeonatos, que elabora tabelas
instantaneamente, permite a inscrição
de atletas e o acompanhamento dos resultados via internet,
além de fazer a alocação de jogos
automaticamente.
Fredi Wanderley Pimentel, coordenador dos Jogos da
Cidade, conta que, além de toda essa preparação,
o trabalho de manutenção dos jogos sempre
foi bastante complicado: “Fazíamos boletins
semanais com resultados, avisos, punições,
tudo que envolvia os jogos e depois os mandávamos
para as subprefeituras, para que elas distribuíssem
para as equipes participantes. Isso era um trabalho
que nos levava a ficar aqui até duas, três
horas da manhã, a fim de que o boletim saísse
com tempo hábil para que as equipes pudessem
ser avisadas toda semana”.
Com o processamento eletrônico dessas informações
e sua disponibilização on-line, foi possível
uma redução não só no tempo
de trabalho, mas também nos custos, visto que
o volume de papel utilizado e os gastos com impressão,
cópias e transportes diminuíram bastante.
Estima-se que, com o eCampeonatos, os gastos foram
reduzidos em 40%. “Tudo passou a ser feito on-line,
o que facilitou demais o processo, inclusive na divulgação
dos jogos”, acrescenta Pimentel.
Eston Santos, doutorando da Poli que coordenou o projeto
de criação do software, revela como ele
foi desenvolvido: “Efetivamente, a tecnologia que utilizamos
foi internet. Nossa contribuição acadêmica
fica por conta de um algoritmo (programa de computador)
que faz toda a distribuição das equipes
e a alocação dos jogos por local de disputa”.
Cabe aos organizadores cadastrar os inscritos, as datas
e locais disponíveis e o tempo de duração
dos jogos. Com essas informações, o software
gera os confrontos e aloca os jogos automaticamente. “Antes,
a geração dessas tabelas levava de três
e quatro meses, pois tudo era feito manualmente. Agora,
basta apertar um botão”, completa.
O desenvolvimento do software ocorreu através
de uma parceria entre o DesignLab e a thinkUp, empresa
da qual Eston Santos é sócio-proprietário. “A
Poli tem um programa de incentivo ao empreendedorismo
(Minerva) que estimula os alunos a criarem seus próprios
negócios. A Universidade faz a transferência
de tecnologia para esses alunos, com tudo legalizado”,
esclarece o engenheiro.
José Reinaldo Silva, professor da Poli e coordenador
do DesignLab, explica que toda a fundamentação
teórica que possibilitou o desenvolvimento do
programa foi realizada no laboratório e tornada
pública, através de publicações
científicas. Já a aplicação
desse conhecimento produzido, ou seja, a implementação
e confecção do eCampeonatos, foi feita
pela empresa.
O professor justifica o incentivo ao empreendedorismo
numa comparação com os Estados Unidos: “Segundo
pesquisa do Sebrae, no Brasil, 80% dos universitários
que saem da universidade pretendem arrumar um emprego
e somente 20% têm a iniciativa de montar seu
próprio negócio. Nos EUA, os números
são iguais, porém invertidos, ou seja,
80% das pessoas saem para montar seu próprio
negócio enquanto 20% procuram emprego. Isso
faz com que a pequena e a média empresa americana
tenham um dinamismo próprio com o qual a nossa
jamais sonhou”.
O convênio para utilização do
software foi feito entre a Prefeitura e a thinkUp,
através de um contrato renovado anualmente.
Em 2005 e 2006, foi acordado que a Prefeitura utilizaria
o software gratuitamente. Este ano, a empresa tenta
acertar uma maneira de obter um retorno financeiro.
Segundo Eston Santos, o investimento da thinkUp, em
termos de horas trabalhadas, de 2004 até o final
de 2007, vai chegar a R$1 milhão. No entanto,
ele garante que, caso a Prefeitura não consiga
viabilizar o pagamento ainda este ano, ela poderá continuar
utilizando o software.
Edson Bacani, professor de basquete no Centro de Práticas
Esportivas da USP, lida com os esportes desde sua época
de estudante, quando fazia parte da Liga das Atléticas
da USP e participava da organização de
campeonatos. “Era um trabalho muito minucioso, que
tomava muito tempo”, realça. Mas para além
da agilização administrativa que o eCampeonatos
possibilitou à Secretaria de Esportes, há os
benefícios indiretos trazidos com utilização
dessa ferramenta tecnológica, como a inclusão
digital.
Em todas as subprefeituras, os cidadãos encontram
praças de atendimento com computadores disponíveis,
onde podem fazer a inscrição e receber
assistência, caso não tenham conhecimentos
de informática. Ademais, Fredi Pimentel destaca: “Não
existe melhor meio de tirar criança da rua,
de promover a inclusão social, de dar noções
de coletividade, respeito ao próximo, unidade
e trabalho em grupo, que o esporte”. |