 
Os profissionais fazem incontáveis manobras em apenas três
minutos. Quem ainda não chegou lá, pode visitar o circuito
para assistir e encontrar os amigos, como faz Cecília.

O ex-Presidente dos EUA, Richard Nixon.
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O Brasil tem ioiozeiros que participam
de campeonatos nos Estados Unidos, Japão
e em partes da Ásia. As fabricantes
de ioiôs patrocinam equipes fornecendo
acessórios (novos modelos, linhas
e rolamentos), ou até custeando
viagens, mas nada que garanta dedicação
exclusiva do praticante. Matsunaga, por
exemplo, tem o título de mestre
nacional, mas nem por isso dispensa o trabalho
como programador de softwares.
Além dos profissionais, os campeonatos
recebem visitantes que vão para
assistir às performances. A aluna
do IME (Instituto de Matemática
e Estatística) Cecília Fernandes
não arriscou subir no palco, nem
fazer uma manobra para foto. “Eu não
sei muita coisa com o ioiô, mas vim
para ver”, diz. Foi assim que Cecília
conheceu o esporte: por curiosidade, visitando
um campeonato há dois anos.
Mas é graças à internet
que o esporte relembrou a popularidade
dos anos 80 e 90, quando o brinquedo foi
difundido com as promoções
da Coca-Cola. Hoje, a rede virtual é a
protagonista de todo conteúdo em
circulação – eventos, fóruns,
dicas de manobras, informações
sobre os campeonatos, e, principalmente,
vídeos de apresentações. “O
ioiô é um dos esportes que
mais ganham produções em
vídeo na internet”, garante Anselmo
Gomes, vice-presidente da Associação
Brasileira de Ioiô (ABI,
veja o site). Só no
You Tube, existem vinte
páginas com vídeos de
exibições em torneios, produções
caseiras e até reportagens feitas
por canais de televisão. “O You
Tube, as associações e os
jogadores têm muito vídeo.
Só a ABI deve ter uns 50 gigabytes
de material.”
Antes da era digital
A origem do ioiô é confusa,
mas sabe-se que é um dos brinquedos
mais antigos da humanidade. Peças
e desenhos com três mil anos de idade
foram encontrados na Grécia e estão à mostra
no Museu de Arte Metropolitan, em Nova
York. Outro registro antigo, porém
mais próximo da atualidade, é a
pintura de Vigee-Lebrun que retratou o
monarca francês Luis XVII aos quatro
anos brincando com seu ioiô, em 1789.
Fora esses registros esparsos, o brinquedo é típico
do Oriente, com destaque para Filipinas
e Japão. Na década de 20,
o filipino Pedro Flores se tornou um elo
na evolução da modalidade
ao introduzir o ioiô nas lojas dos
Estados Unidos. Em 1929, o empresário
Donald Duncan adquiriu os direitos de venda
e passou a comercializá-lo em massa.
Em 1962, a empresa Duncan registrou o pico
de 45 milhões de unidades vendidas
durante o ano.
Hoje, o ioiô se divide em posições
diferentes. “Tem gente que o vê como
um hobby, brinquedo, item de coleção
ou esporte. É uma atividade cheia
de definições”, arremata
Anselmo Gomes, vice-presidente da ABI. |