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“Os clínicos trazem as informações vivenciadas por eles na clínica e os patologistas apresentam os achados da necropsia. O radiologista também apresenta os dados radiológicos, que são correlacionados com os achados macroscópicos. Todos aprendemos muito com isso.” Maria Cláudia Zerbini, diretora do SAP.
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Dados obtidos com necropsias permitem controle de qualidade dos hospitais
Além de ser muito importante para ensino e pesquisa, o processo de necropsia é peça fundamental no controle de qualidade dos hospitais. Isso porque, a partir das valiosas informações obtidas com o procedimento, podem ser realizadas reuniões anatomoclínicas em que se discute cada caso em detalhes. Dessa forma, é possível comparar o diagnóstico feito pelos profissionais durante o período de internação do paciente com aquele obtido após sua morte. Além disso, as informações permitem determinar a extensão da doença, suas conseqüências no organismo, os efeitos dos medicamentos, entre outras coisas.
Para Carlos Augusto Pasqualucci, diretor do Serviço de Verificação de Óbitos da Capital, o ideal seria que os hospitais, pelo menos os de porte médio, tivessem o seu serviço de anatomia patológica e fizessem as suas autópsias. “Você aprende muito com essas reuniões anatomoclínicas. Em hospitais-escola ainda se faz. Na Faculdade de Medicina ainda se faz. Deveriam fazer com mais freqüência, mas se faz”.
Serviço de Anatomia Patológica (SAP) do Hospital Universitário da USP é testemunha da importância dessas reuniões para o controle de qualidade e também para a aprendizagem. Desde julho deste ano, reuniões de discussão das necropsias da semana vêm sendo realizadas. A diretora do SAP, professora Maria Cláudia Zerbini, considera essas atividades muito importantes. “Os clínicos trazem as informações vivenciadas por eles na clínica e os patologistas apresentam os achados da necropsia. O radiologista também apresenta os dados radiológicos, que são correlacionados com os achados macroscópicos. Todos aprendemos muito com isso.” |