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Cultura
por Daniel Fassa
Fotos por Francisco Emolo

Foto crédito: Francisco Emolo
Foto crédito: Francisco Emolo

 


Memorial promove uma viagem aos tempos da Hospedaria de Imigrantes do Brás

Rosarelli, Lozano, Hernandez, Agerbe, Dias, Ramos, Quenn, Zuniga, Reinbergs, Pusca. Esses são apenas alguns dos mais de 200 mil sobrenomes estrangeiros registrados nos livros da Hospedaria de Imigrantes do Brás, fundada em 1888. Para que não se perdesse a história dessa instituição, por onde passaram cerca de 1,6 milhão de pessoas de 75 nacionalidades diferentes, foi criado o Memorial do Imigrante. Hoje, quem vai ao prédio centenário faz uma verdadeira viagem no tempo e pode até, quem sabe, descobrir algo sobre seus antepassados. Para comemorar os 120 anos da hospedaria, acaba de ser inaugurada a mostra "Hospedaria de Imigrantes do Brás", que se junta às inúmeras atrações já existentes no memorial.

 

Foto crédito: Francisco Emolo  

Vale a pena começar a visita à exposição pelo último ambiente. Lá se encontra uma grande maquete que dá uma boa visão geral do prédio da hospedaria, construída em formato de E. O complexo, capaz de receber mais de 3 mil pessoas, era composto por dormitórios, banheiros, refeitórios, hospital, necrotério, enfermaria e até uma estação de trem. "Foi um prédio importante na época, não só porque ele abrigava 3 mil pessoas, isto era muito para os padrões da São Paulo da época, mas também porque foi uma das primeiras grandes edificações de alvenaria da cidade", destaca o curador da mostra, Odair da Cruz Paiva.

 

   

A construção da hospedaria está intimamente relacionada com a crise da escravatura e o desenvolvimento da cafeicultura no Brasil e em São Paulo no fim do século 19. A necessidade de mão-de-obra levou os cafeicultores e o governo brasileiro a estimular a vinda de imigrantes estrangeiros. Na hospedaria, eles eram abrigados temporariamente, até encontrarem alguma fazenda para trabalhar. O encaminhamento era feito pela Agência Oficial de Colocação, instalada dentro do complexo.

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