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Comportamento
por Maria Clara Matos
fotos por Cecília Bastos

 

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Tristeza e depressão são bem diferentes


“Existem vários fatores que podem causar a depressão. O primeiro deles é o genético, 40% das depressões têm caráter familiar.” Isso significa dizer que, segundo o especialista, o paciente com depressão possui parentes de primeiro e segundo graus afetados. “Há também depressões relacionadas a doenças físicas como hipotireoidismo, tumor cerebral e infecções pelo vírus HIV.” Por fim, cita que drogas lícitas e ilícitas, como a cocaína, anfetaminas e drogas para emagrecer podem causar depressão em determinado número de pessoas.

Fora essas motivações, Moreno chama a atenção para os fatores estressores de ordem social, psicológica e ambiental. “Quando falamos em estresse, temos de ter cuidado, uma vez que não me refiro ao estresse da vida moderna.” Ele explica que o estresse de que fala não é o do trânsito ou o de um dia de trabalho, os quais nos “permitem criar mecanismos adaptativos”, mas sim situações como o de violência física e moral.

O coordenador do Gruda destaca três formas de tratamento convencionais, de acordo com as evidências médicas. Uma das possibilidades são os medicamentos antidepressivos, hoje mais de 30 no mercado; uma segunda opção são os chamados tratamentos biológicos não medicamentosos. Estes incluem eletroconvulsoterapia, ou eletrochoque, utilizados para depressões graves e de difícil tratamento, mas que podem ser “indicados até mesmo para mulheres grávidas, sem prejuízo para a mãe ou para o feto”, e a estimulação magnética intracraniana, técnica que promove a estimulação em determinadas áreas do cérebro por meio de ondas magnéticas, o que promove a depressão.  Ele também comenta sobre outras terapias, como por exemplo, a terapia de luz (fototerapia), “utilizada em depressões sazonais, técnica muito específica para um subtipo de depressão. Fora isso existem as psicoterapias, principalmente a terapia cognitivo- comportamental e a psicoterapia interpessoal, que são duas técnicas bastante estudadas”.

Moreno explica que inicialmente trata-se a crise da depressão e, depois, sua prevenção. Ele atenta para o fato de que “60% dos pacientes que tiveram um episódio depressivo, terão novos episódios ao longo da vida. São as chamadas depressões recorrentes”.

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