Bagaço de uva, novo aliado do coração

O bagaço da uva (casca e semente), que é um subproduto do processamento de vinhos e sucos, reduz o risco de doenças cardiovasculares. Este é o resultado de uma pesquisa realizada no Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública (FSP).

De acordo com Emilia Yasuko Ishimoto, nutricionista e autora da tese de doutorado, Efeito de subprodutos da uva no perfil lipídico e antioxidante em hamesters, o bagaço representa uma fonte de fibras e antioxidantes naturais de baixo custo.  A pesquisadora utilizou os bagaços de uva da variedade Cabernet Sauvignon  e bagaço de suco da variedade Isabel. Cada um deles passou por três etapas de processamento, desidratação, trituração e peneiração, até a obtenção das farinhas do bagaço do vinho, do suco e de seus respectivos extratos concentrados.

Os testes foram realizados com 60 hamsters submetidos à mesma dieta, diferenciando-se apenas a fração de ingestão de gordura. Os ratos foram divididos em seis grupos. Um deles foi mantido como grupo de controle e recebeu alimentação normal.  Outro teve a dieta acrescida por óleo de coco e os quatro restantes foram tratados com subprodutos da uva, sendo dois com os extratos e dois com as farinhas de vinho.

Após quatro semanas de experimento, foram coletadas amostras de sangue e fígado para avaliação do perfil lipídico (gordura) e da capacidade oxidante. Os hamsters tratados com o bagaço de uva apresentaram uma redução de 16% a 32% do colesterol total em relação aos grupos que não ingeriram o produto.

Elizabeth Aparecida Ferraz da Silva Torres, professora do Departamento de Nutrição e orientadora do trabalho, diz que a farinha de bagaço de uva e os outros produtos gerados pela pesquisa já obtiveram o pedido de patente. O registro foi solicitado em março e duas empresas já manifestaram interesse pela invenção.

Fonte: Agência USP de Notícias